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      Reforma do IR proposta por Lula pode render R$ 25 bilhões aos cofres públicos, diz estudo da USP

      Estudo do Made-USP aponta que arrecadação com taxa mínima sobre os mais ricos cobre folgadamente custo da isenção para rendas mais baixas

      Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante reunião para Anúncio do Envio do Projeto de Lei de Ampliação da Isenção do Imposto de Renda ao Congresso Nacional. Palácio do Planalto, Brasília - DF. (Foto: Ricardo Stuckert / PR)
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      247 - A proposta de reforma do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) enviada pelo governo ao Congresso Nacional pode resultar em um superávit de R$ 25,2 bilhões por ano para os cofres públicos, caso seja aprovada como está. É o que mostra um estudo do Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades (Made), da Universidade de São Paulo (USP), que será publicado nesta sexta-feira (7). As informações são do jornal O Globo.

      De acordo com os pesquisadores, a isenção do IRPF para contribuintes com renda de até R$ 5.000 mensais, somada ao desconto para a faixa até R$ 7.000, teria um custo anual de R$ 17,8 bilhões — abaixo das estimativas iniciais do Ministério da Fazenda, que variavam entre R$ 25 bilhões e R$ 27 bilhões. Por outro lado, a criação de uma taxa mínima de IRPF para quem ganha mais de R$ 50 mil por mês poderia elevar a arrecadação a R$ 43 bilhões por ano. O saldo entre essas duas pontas é o superávit de R$ 25,2 bilhões.

      “Esse valor (os R$ 43 bilhões), capaz de cobrir confortavelmente o custo da isenção, representa o valor máximo que pode ser obtido pela alíquota mínima”, afirma o estudo. Esse valor considera um cenário em que as empresas continuem distribuindo dividendos como fazem atualmente — uma prática que hoje é isenta de IRPF e favorece os contribuintes de renda mais alta. Mesmo que essa distribuição fosse reduzida pela metade, a arrecadação com o imposto mínimo ainda alcançaria R$ 20,7 bilhões, também suficiente para cobrir a renúncia gerada pelas isenções.

      Na segunda parte da análise, os pesquisadores alertam que os efeitos da proposta sobre a desigualdade de renda e a progressividade do sistema tributário seriam limitados. Com as novas regras, o Índice de Gini — indicador que mede a concentração de renda — cairia apenas 0,32%, segundo as simulações feitas.

      Além disso, a nova alíquota mínima afetaria uma parcela muito pequena da população. “Considerando a renda média, o imposto mínimo deve afetar somente os 0,2% mais ricos do país”, diz o relatório. Isso ocorre porque a alíquota começa em zero e só atinge 10% para rendas acima de R$ 100 mil mensais, sendo inferior ao que muitos contribuintes dessa faixa já pagam atualmente.

      O economista Guilherme Klein Martins, professor da Universidade de Leeds (Reino Unido) e coautor do estudo, afirma que a proposta do governo tem alcance . “Quando a gente olha para o topo, vemos na alíquota efetiva que (a proposta do governo) nem sequer reverte a regressividade. Então, aqueles muito ricos continuam pagando menos do que quem ganha de R$ 25.000 a 39.000 por mês”, disse.

      Como alternativa, o estudo propõe uma alíquota mínima de 11,3% já a partir dos R$ 50 mil mensais, subindo gradualmente até 15% para quem ganha acima de R$ 250 mil. Essa versão, segundo os cálculos, poderia elevar a arrecadação total a R$ 96,7 bilhões por ano. Subtraídos os R$ 17,8 bilhões de renúncia, o saldo líquido seria de R$ 78,9 bilhões.

      Esse valor é quase três vezes o déficit primário de R$ 31 bilhões estimado pelo Ministério da Fazenda para 2025, dentro da margem de tolerância da meta fiscal.

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