Hugo Motta sinaliza revogação do IOF, mas prega cautela nas decisões da Câmara

247 - O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou neste sábado (7), durante participação no Fórum Esfera 2025, no Guarujá (SP), que pode colocar em votação na próxima terça-feira (10) um projeto de decreto legislativo (PDL) para revogar o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A declaração foi dada em entrevista a jornalistas e registrada pela CNN Brasil.

Motta condicionou a eventual votação à reunião entre o governo e líderes partidários, marcada para este domingo (8), quando o Executivo deve apresentar um pacote fiscal alternativo ao aumento do imposto.

 “Temos um respeito muito grande ao colégio de líderes. Vamos amanhã, após a apresentação das medidas do governo, decidir sobre o PDL, que pode entrar na pauta na próxima terça-feira. Tudo isso será deliberado após essa conversa de amanhã”, afirmou o parlamentar.Apesar da sinalização de que pode avançar com a pauta, Motta reforçou que a Câmara manterá uma postura institucional moderada diante das tensões políticas e econômicas. 

“A Câmara não fará movimentos bruscos, para não piorar o que já está difícil”, ponderou, numa tentativa de evitar ruídos com o Palácio do Planalto e preservar o diálogo entre os Poderes.

O presidente da Câmara evitou antecipar o conteúdo das medidas que serão apresentadas pela equipe econômica, destacando que a iniciativa cabe exclusivamente ao Executivo. No entanto, ele adiantou que uma das frentes em discussão será a revisão das isenções fiscais, apontadas como insustentáveis para o equilíbrio das contas públicas.“Estamos colocando na mesa de discussão um corte nas isenções fiscais que ao longo do tempo foram dadas ao nosso país. Isenções que chegam a um número não mais possível de ar pelas contas do nosso país. É uma conta que só aumenta e que não tem absolutamente nada de acompanhamento sobre o que é recebido em troca”, afirmou Motta durante sua participação no palco do evento.

A possível revogação do aumento do IOF, que gerou forte reação no Congresso e no setor produtivo, tornou-se um dos pontos mais sensíveis da agenda econômica do governo nos últimos dias. 

A reunião entre os líderes e a equipe econômica, neste domingo, será determinante para definir os próximos os da Câmara em relação à pauta fiscal, com a expectativa de que o Executivo apresente propostas capazes de conter a insatisfação sem comprometer a arrecadação necessária.