Defesas de Chiquinho Brazão e Rivaldo Barbosa pedirão ao STF que anule delação de Ronnie Lessa
Advogados alegaram que o miliciano mentiu à Justiça, ao dizer a investigadores que não conhecia o ex-vereador Cristiano Girão
247 - Defesas dos réus apontados como os mandantes dos assassinatos da ex-vereadora Marielle Franco e de Anderson Gomes pretendem usar a condenação do ex-policial militar Ronnie Lessa e do ex-vereador Cristiano Girão no homicídio do ex-policial André Henrique da Silva Souza, o André Zóio, para conseguir algum benefício no Supremo Tribunal Federal (STF). Os advogados do ex-deputado federal Chiquinho Brazão e do delegado Rivaldo Barbosa pedirão ao STF que anule a delação premiada de Lessa. As defesas alegaram que o miliciano mentiu à Justiça, ao afirmar que não conhecia Girão. A informação foi publicada nesta quinta-feira (22) na coluna Segredos do Crime.
Lessa e Girão foram condenados pelos assassinatos de Zóio e a mulher dele, Juliana Sales Oliveira, em 2014, na Gardênia Azul, Zona Oeste do Rio. O ex-policial militar foi condenado a 90 anos de prisão, e o ex-parlamentar a 45 anos, ambos em regime fechado e sem direito a recorrer em liberdade.
O ex-PM cumpre pena no presídio de Tremembé, em São Paulo. Girão está detido em uma unidade do Complexo de Gericinó, no Rio.
Advogados argumentaram que Girão teria motivos para ordenar a execução de Marielle, por ter sido preso em consequência da I das Milícias em 2007. Mas a Polícia Federal (PF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) descartaram a participação do ex-parlamentar no assassinato dela, morta por integrantes do crime organizado em março de 2018 na região central do município do Rio.
Mesmo com os posicionamentos da PF e da PGR, o advogado Marcelo Ferreira, que defende Rivaldo Barbosa, pedirá a anulação da colaboração premiada.
"O veredicto do júri explicitamente revelou que Ronnie Lessa mentiu ao afirmar que não conhecia Cristiano Girão, conclusão alinhada com tudo aquilo produzido na instrução criminal no âmbito do STF, ocasião em foram apontadas e demonstradas diversas inconsistências nas declarações de Lessa”, afirmou.
De acordo com o advogado, “as decisões de primeira instância, posteriormente chanceladas pelo TJRJ e STJ, decorrentes das petições de Cristiano Girão solicitando liberdade com base na delação de Ronnie Lessa, demonstravam a relação entre os dois indivíduos e as contradições nas declarações de Lessa".
"Cabe ao STF anular o acordo de delação premiada de Ronnie Lessa para que ele possa cumprir efetivamente todas as suas penas, que se já aproximam de 200 anos”, complementou.
Advogado de Chiquinho Brazão, Cleber Lopes também se pronunciou. “Vamos juntar a sentença e impugnar os termos da delação, mostrando que ela não tem eficácia”, disse.
Caso Marielle
Em 2024, os assassinos confessos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, Lessa e Élcio de Queiroz foram condenados. Lessa foi condenado a 78 anos, 9 meses e 30 dias. Élcio, a 59 anos, 8 meses e 10 dias.
Em abril deste ano (2025), a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados cassou o mandato do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), preso desde março de 2024.
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