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      José Velloso: o Brasil precisa de uma revolução industrial

      Presidente da Abimaq defende investimentos em produtividade, automação e reindustrialização nacional

      (Foto: Log Produções)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 – Durante a celebração do Dia da Indústria no BNDES, realizada com apoio do Brasil 247, da TV 247 e da Agenda do Poder, o presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), José Velloso, defendeu uma profunda transformação da base produtiva nacional. Em entrevista concedida no evento e também veiculada no canal da Abimaq no YouTube, Velloso elogiou o governo Lula pela retomada de uma política industrial ativa e cobrou ações estruturantes para reverter a desindustrialização do Brasil.

      “A recriação do MDIC foi uma decisão acertada do presidente Lula. Agora, com o presidente Mercadante no BNDES e o presidente Pansera na Finep, temos uma oportunidade histórica de recuperar os instrumentos de financiamento da indústria”, afirmou Velloso. Segundo ele, o Brasil precisa urgentemente investir mais: “Tivemos um longo período de estagnação, especialmente após a troca da TJLP pela TLP. Isso minou a capacidade de investimento produtivo no país.”

      O declínio da indústria e a urgência da retomada

      Velloso apresentou dados alarmantes sobre a perda de protagonismo da indústria no PIB brasileiro. Em 2023, a taxa de investimento nacional foi de apenas 17% do PIB, enquanto a média mundial chegou a 26%. Nos países de renda média, o índice foi de 33%. “O Brasil está ficando para trás. Em 2013, comprávamos R$ 570 bilhões em máquinas, com a indústria nacional respondendo por 70%. Hoje compramos R$ 370 bilhões, e a participação da indústria nacional caiu para 54%”, denunciou.

      Para ele, o desmonte do parque industrial tem relação direta com a política de juros e a ausência de incentivos ao investimento produtivo. “O custo competitivo dos financiamentos antigos, como os do FINAME, fazem muita falta”, observou.

      Baixa produtividade e parque industrial obsoleto

      A baixa produtividade do trabalhador brasileiro é outra consequência da falta de investimentos em capital e tecnologia. “Nos Estados Unidos, o investimento em capital por trabalhador é três vezes maior. E, coincidentemente, a produtividade do trabalho também é três vezes maior”, comparou.

      Segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) citado por Velloso, 38% das máquinas utilizadas no Brasil já ultraaram a idade recomendada pelos fabricantes. “A idade média das máquinas é de 14 anos. Isso compromete toda a competitividade da nossa indústria”, alertou.

      Apesar disso, ele reconheceu avanços recentes: “A Finep de hoje é como se fosse uma nova empresa. Está operando com uma eficiência que nunca vimos antes”.

      Automação, robótica e empregos do futuro

      Para Velloso, o Brasil ainda não entrou plenamente na era da automação, um atraso que compromete sua competitividade internacional. “Estamos falando de automação desde os anos 1980, mas não entramos nem na indústria 3.0. E já estamos na 4.0”, criticou.

      Os dados são preocupantes: o Brasil tem apenas 10 robôs industriais para cada 10 mil trabalhadores. A média mundial é de 162. A Coreia do Sul lidera com 1.000 robôs por 10 mil trabalhadores. “E o mais interessante: a robotização não elimina empregos. Cada robô, segundo a OIT, gera entre 1,2 e 1,4 novos empregos, mais qualificados, com melhores salários”, afirmou.

      Custo Brasil e competitividade

      Entre os principais entraves ao desenvolvimento industrial, Velloso destacou o custo de capital, a carga tributária e o preço dos insumos. “Os insumos industriais no Brasil chegam a ser 50% mais caros do que na Alemanha, por causa da alta proteção. Isso tira nossa competitividade”, argumentou.

      Ele também defendeu uma reforma da escalada tarifária. “Hoje, uma máquina paga 6% de tarifa efetiva, enquanto seus insumos pagam 18%. Isso é uma escalada tarifária negativa, que penaliza quem agrega valor no Brasil”, explicou.

      Caminho para a reindustrialização

      Ao encerrar sua fala, José Velloso reiterou que o Brasil está no rumo certo com a retomada de políticas industriais pelo governo Lula, mas alertou para a necessidade de ação contínua e firme. “A reindustrialização é o único caminho para garantir produtividade, bons empregos e competitividade internacional. Precisamos investir em automação, digitalização, inovação e na formação de uma nova mão de obra”, concluiu.

      A celebração do Dia da Indústria no BNDES consolidou-se como um marco da retomada da agenda industrial brasileira, reunindo lideranças públicas e empresariais em torno de um objetivo comum: reconstruir a base produtiva nacional com visão de futuro. Assista: 

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