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      Cappelli propõe debate com Banco Central sobre custo de capital e defende indústria nacional

      Presidente da ABDI critica juros altos e sugere seminários mensais com o Banco Central

      (Foto: Log Produções)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 – Durante a celebração do Dia da Indústria no BNDES, realizada com apoio do Brasil 247, da TV 247 e da Agenda do Poder, o presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Ricardo Cappelli, fez uma firme defesa da reindustrialização brasileira e sugeriu medidas práticas para enfrentar um dos principais entraves ao crescimento do setor: o elevado custo de capital. 

      Ver o Brasil crescendo com uma taxa de juros real de mais de 9% ao ano é inacreditável”, afirmou Cappelli, questionando a política monetária vigente. Segundo ele, o atual nível da taxa Selic funciona como “um freio de mão para o desenvolvimento nacional e para a indústria brasileira”. Para o dirigente da ABDI, não há pauta mais urgente no debate sobre o futuro da economia do que enfrentar o custo do capital.

      Proposta de diálogo direto com o Banco Central

      Em um gesto propositivo, Cappelli sugeriu que o Brasil 247 organize seminários mensais com diferentes setores industriais e convide o Banco Central para dialogar com a sociedade. “A turma do Banco Central vai toda semana na Faria Lima. Por que não vir conversar com a indústria?”, provocou. Ele se comprometeu a buscar o patrocínio da ABDI para viabilizar os encontros e sugeriu parcerias com entidades como Farma Brasil, Abimac e o Clube de Engenharia.

      Números positivos em meio a obstáculos

      Apesar do cenário adverso, Cappelli destacou dados positivos recentes da economia: “O Brasil criou 576 mil empregos entre janeiro e fevereiro. Destes, 140 mil foram gerados pela indústria, sendo 133 mil pela indústria de transformação.” Além disso, mencionou o crescimento da prévia do PIB em 1,3% no primeiro trimestre e de mais de 2% no desempenho da indústria de transformação em março.

      Esses resultados, argumentou, tornam-se ainda mais expressivos diante do atual custo de capital, que, segundo ele, “desloca o dinheiro da produção para o sistema financeiro”.

      Rentismo e recuperação industrial

      Cappelli defendeu o programa Nova Indústria Brasil, coordenado pelo governo federal, como um importante motor para a retomada do setor, mas ressaltou que o país ainda luta para recuperar os patamares de produtividade industrial de 2013 e 2014. “Isso porque não enfrentamos de forma clara a questão do rentismo no Brasil”, afirmou.

      Combate a gargalos regulatórios

      A ABDI, segundo ele, tem atuado diretamente para eliminar entraves burocráticos que impedem o crescimento de setores estratégicos. Um acordo de cooperação com a Agência Nacional de Mineração prevê zerar, até outubro, 40 mil processos prioritários por meio de inteligência artificial e gestão eficiente. Iniciativa semelhante está em curso com a Anvisa, que trava a liberação de medicamentos estimados em quase R$ 20 bilhões.

      Defesa da Margem Equatorial

      Ricardo Cappelli também reforçou a necessidade de o país explorar suas riquezas com responsabilidade socioambiental, citando a Margem Equatorial como eixo para um novo ciclo de desenvolvimento regional: “Morei dois anos no Maranhão. A Margem Equatorial muda o Amapá, muda o Pará, muda o Maranhão, muda o Piauí, muda o Ceará e muda o Rio Grande do Norte”, disse, em defesa da atuação da Petrobras e da confiança da população na estatal.

      Plataforma Recircula Brasil e inclusão social

      No campo da sustentabilidade, Cappelli destacou a plataforma Recircula Brasil, desenvolvida com a Biplast e reconhecida pela ONU. A tecnologia permite mapear, certificar e rastrear o uso de materiais reciclados na indústria do plástico, e está sendo expandida para setores como alumínio, vidro e têxtil.

      Mas ele fez um alerta: os catadores de materiais recicláveis continuam à margem da cadeia produtiva. “Se pudessem optar hoje, voltariam para o lixão. Ganhavam mais lá do que nas cooperativas”, relatou, criticando a intermediação predatória no setor. A ABDI, informou, firmou um convênio de R$ 17 milhões para estruturar três cooperativas capazes de vender diretamente à indústria química. “Mas precisamos de um projeto nacional, com os bancos públicos, para romper essa lógica”, defendeu.

      O evento no BNDES, que contou com a presença de autoridades, empresários e especialistas, marcou o fortalecimento de um debate estratégico: o papel da indústria no desenvolvimento nacional. Com críticas duras, mas propostas claras, Ricardo Cappelli reafirmou a necessidade de unir política industrial, responsabilidade social e diálogo institucional para tirar o Brasil do ciclo de estagnação e abrir caminho para uma economia mais produtiva e inclusiva. Assista:

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