Vale aposta em siderurgia verde e cobre para liderar transição energética global
Vagner Loyola detalha a estratégia da mineradora para a nova indústria brasileira, com foco em descarbonização e hidrogênio verde
247 – Durante a celebração do Dia da Indústria, realizada na sede do BNDES com apoio do Brasil 247, da TV 247 e da Agenda do Poder, o executivo Vagner Loyola, diretor da Vale, destacou o compromisso da empresa com a neoindustrialização do Brasil e com a construção de uma economia de baixo carbono. Em sua apresentação, Loyola afirmou: “Estamos colocando toda a nossa capacidade de inovar e de estabelecer parcerias para apoiar o país nessa jornada”.
A fala de Loyola ressaltou que o combate às mudanças climáticas deve ser entendido não apenas como um desafio urgente, mas também como uma grande oportunidade estratégica para o Brasil. Segundo ele, o país possui vantagens comparativas únicas — como uma matriz energética majoritariamente renovável e a abundância de minerais críticos — que o posicionam como potencial líder global na transição energética.
Minério de ferro de alta qualidade e aço verde
Entre as inovações da Vale para contribuir com a descarbonização da indústria, Loyola destacou o uso de minério de ferro de alto teor, produzido em larga escala no Brasil, que permite maior eficiência e menores emissões na produção de aço. A empresa desenvolveu um novo produto — o briquete de minério de ferro — após duas décadas de pesquisa em Minas Gerais. Essa tecnologia reduz as emissões em até 10% nos altos-fornos e já está em produção em uma planta inaugurada em Vitória (ES).
Mega hubs e hidrogênio verde
Um dos projetos mais ambiciosos apresentados por Loyola é a criação dos chamados mega hubs, complexos industriais voltados à produção de briquetes e de HBI (Hot Briquetted Iron), também conhecido como ferro esponja — um insumo essencial para a produção de aço com baixa emissão de CO₂. No Brasil, esses hubs poderão operar com hidrogênio verde, beneficiando-se da matriz elétrica renovável e da infraestrutura existente. “Nossa matriz energética nos dá uma vantagem competitiva. Já temos as condições para instalar mega hubs movidos a hidrogênio verde”, afirmou o executivo.Loyola também destacou o potencial de agregação de valor na cadeia do minério de ferro: enquanto a tonelada do minério bruto é cotada em cerca de US$ 97, o HBI pode atingir US$ 500 por tonelada no mercado internacional.
Redução de emissões e inovação energética
A Vale tem metas agressivas de redução de emissões de gases de efeito estufa: pretende cortar em 33% suas emissões de escopos 1 e 2 até 2030 e alcançar emissões líquidas zero (net zero) até 2050. Em 2023, a mineradora já atingiu 100% de uso de energia elétrica renovável no Brasil, dois anos antes do previsto. A conquista foi viabilizada, entre outros projetos, pela planta solar Sol do Cerrado, no norte de Minas Gerais, com capacidade para abastecer uma cidade de 800 mil habitantes.A substituição do diesel por combustíveis renováveis também está na agenda. A Vale, que consome cerca de 2% do diesel comercializado no Brasil, vem testando etanol, biodiesel e combustíveis alternativos, inclusive com apoio da Petrobras. Um acordo assinado entre as duas empresas prevê o uso de diesel coprocessado com conteúdo renovável, gás natural e bunker com 24% de conteúdo renovável para transporte marítimo. “Já testamos o diesel R em caminhões e locomotivas, e o bunker em um navio fretado por nós em Singapura”, destacou Loyola.
O cobre como motor da transição energética
Além do minério de ferro, a Vale aposta no cobre como mineral estratégico para a economia do futuro. O material é essencial para cabos, chips e sistemas elétricos em geral. Em fevereiro deste ano, a empresa anunciou, com a presença do presidente Lula, o programa Novo Carajás, que prevê investimento de R$ 70 bilhões em cinco anos para aumentar em 40% a produção nacional de cobre até 2030, além de otimizar a extração de minério de ferro na província de Carajás.
Loyola encerrou sua fala reiterando o alinhamento da Vale com os objetivos nacionais: “A transição energética é um negócio da Vale. É estratégica para o nosso negócio de minério de ferro e para os minerais da transição, como o cobre”. Ele reforçou ainda que a empresa está pronta para firmar parcerias e apoiar o país na liderança global da nova economia verde: “Contem com a Vale”, concluiu. Assista:
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com [email protected].
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: