Xi e Lukashenko selam “amizade duradoura” e ampliam aliança estratégica entre China e Belarus
Presidentes destacam confiança mútua, lançam projetos industriais conjuntos e defendem multilateralismo frente a hegemonias globais
247 - O presidente chinês Xi Jinping recebeu nesta quarta-feira (4) o presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, em Pequim. Durante o encontro, os dois líderes reafirmaram a “amizade tradicional duradoura” entre os países e anunciaram novas frentes de cooperação estratégica, consolidando uma parceria que já se desenha como uma das mais robustas da Eurásia.
Xi parabenizou novamente Lukashenko por sua reeleição e classificou Belarus como um “verdadeiro amigo” e “bom parceiro” da China. “As duas nações tratam-se com sinceridade e confiança mútua”, disse o mandatário chinês, segundo a Xinhua. Ele destacou que Pequim enxerga as relações bilaterais com Minsk sob uma ótica estratégica e de longo prazo, comprometendo-se a aprofundar o desenvolvimento conjunto e o benefício recíproco.
Lukashenko, em sua 15ª visita oficial à China, agradeceu “o apoio e a assistência de longo prazo” recebidos por seu país. “A cada viagem, sinto a genuína amizade vinda da China”, afirmou. Ao final da visita, declarou à imprensa: “Tudo correu perfeitamente. Encontrei meu amigo e conversamos. Concordamos em intensificar a nossa interação. Foi extremamente produtivo”.
Segundo a agência estatal BelTA, os dois governos firmaram acordos para implementar projetos-piloto conjuntos com foco na criação de unidades industriais baseadas em pesquisa científica. O embaixador belarusso em Pequim, Alexander Chervyakov, afirmou que o eixo prioritário da cooperação bilateral está “claramente definido”: modernizar a economia de Belarus com base em tecnologias chinesas. “O impulso foi reforçado por acordos estratégicos assinados entre nossos ministérios industriais para os próximos cinco anos”, informou.
Os projetos bilaterais devem abranger setores como fabricação de máquinas, indústria química e processamento de madeira, além de impulsionar o papel do Parque Industrial China-Belarus Great Stone, uma das maiores iniciativas da Nova Rota da Seda na Europa Oriental.
O primeiro-vice-premiê belarusso, Nikolai Snopkov, classificou a visita como “um exemplo de amizade e compromisso com o desenvolvimento conjunto”. Ele acrescentou: “A comunidade internacional deveria seguir esse exemplo de apoio mútuo”.
O relacionamento sino-belarusso foi elevado à categoria de parceria estratégica abrangente e de todas as estações, após anos de cooperação política e econômica crescente desde o estabelecimento das relações diplomáticas em 1992. Para Zhang Hong, pesquisador da Academia Chinesa de Ciências Sociais, o encontro entre Xi e Lukashenko reforça “a continuidade e a profundidade da aliança estratégica” entre os dois países.
Na esfera internacional, Xi Jinping conclamou à ampliação da coordenação de Belarus com a China em instâncias multilaterais como a ONU e a Organização de Cooperação de Xangai (OCX). “Devemos nos opor conjuntamente à hegemonia e ao bullying, e proteger a justiça e a equidade internacionais”, disse.
Lukashenko, por sua vez, elogiou a postura de Pequim frente ao cenário global: “A China dá exemplo ao mundo ao defender o multilateralismo e rejeitar sanções e pressões unilaterais”.
A especialista Zhao Huirong, também da Academia Chinesa de Ciências Sociais, observou que os dois países compartilham uma visão diplomática convergente. “Ambos rejeitam interferências externas nos assuntos internos de outros países, apoiam uma ordem internacional liderada pela ONU e buscam promover a paz por meio do diálogo”, afirmou. Segundo ela, essa cooperação bilateral pode ter impacto positivo na estabilidade e nos desafios globais.
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