Trump pressiona Senado a aprovar pacote ultraconservador com cortes em direitos sociais
Presidente dos EUA ataca opositores republicanos a projeto que amplia deportações, reduz o Medicaid e extingue créditos para energia limpa
247 - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ampliou a pressão sobre parlamentares de seu próprio partidom, nesta terça-feira (3), ao atacar diretamente o senador Rand Paul, do Kentucky, por se opor a um projeto de lei central para sua agenda doméstica.
Por meio de duas postagens nas redes sociais, Trump acusou Paul de não compreender o conteúdo do projeto e afirmou: “Suas ideias são realmente loucas (perdedores!). O povo de Kentucky não o a”.
Segundo o jornal, Trump também criticou o histórico do senador, afirmando que “ele adora votar ‘NÃO’ em tudo, acha que isso é boa política, mas não é”, ao o que definiu o projeto como um “grande VENCEDOR!”.
A ofensiva de Trump ocorre no momento em que os republicanos no Senado iniciam a análise da proposta aprovada por margem estreita na Câmara, apesar da forte oposição democrata. O presidente da Câmara, Mike Johnson, pediu aos senadores que evitem alterações substanciais no texto, sob risco de inviabilizar a aprovação final. Ainda assim, vários senadores já indicaram que pretendem modificar o conteúdo do projeto, sinalizando um caminho turbulento pela frente.
Na segunda-feira, Trump fez um apelo público para que os senadores republicanos acelerem a tramitação e enviem o projeto para sanção antes do feriado de 4 de Julho. “Peço a todos os meus amigos republicanos no Senado e na Câmara que trabalhem o mais rápido possível para levar este projeto à MINHA MESA antes do Quatro de JULHO”, escreveu o presidente.
Contudo, a margem estreita da maioria republicana no Senado permite apenas três dissidências antes que a proposta seja derrubada. E os sinais de insatisfação já se acumulam.
Um dos focos de resistência é liderado por Rand Paul, Ron Johnson (Wisconsin) e Mike Lee (Utah), que exigem cortes mais profundos nos gastos públicos. Eles criticam o impacto fiscal da medida, que, segundo projeções, ampliaria os déficits federais. Paul também se opõe à elevação de US$ 4 trilhões no teto da dívida, considerada essencial pelo Tesouro para evitar um calote do governo já em julho.
Outro grupo, formado por senadores como Josh Hawley (Missouri), Jim Justice (Virgínia Ocidental) e Susan Collins (Maine), contesta um trecho do projeto que restringe práticas estaduais de taxação de prestadores de serviços médicos, usadas para aumentar os rees do Medicaid. A preocupação é que a medida comprometa o funcionamento de hospitais em regiões rurais.
A proposta também prevê o desmonte quase total dos créditos fiscais a energias limpas aprovados durante o governo de Joseph R. Biden, na chamada Lei de Redução da Inflação (IRA, na sigla em inglês). Senadores como Thom Tillis (Carolina do Norte), John Curtis (Utah) e Lisa Murkowski (Alasca) manifestaram reservas quanto ao corte de incentivos à transição energética.
“Só quero que os republicanos pensem com calma e não reajam de forma automática. Só porque está na IRA, não significa que seja ruim”, disse Curtis a jornalistas.
A senadora Murkowski também alertou sobre os impactos negativos dos cortes no Medicaid e da eliminação dos créditos verdes. A fragmentação entre os próprios republicanos coloca em risco a proposta, mesmo com a campanha agressiva de Trump para garantir a aprovação sem concessões significativas.
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