window.dataLayer = window.dataLayer || []; window.dataLayer.push({ 'event': 'author_view', 'author': 'Redação Brasil 247', 'page_url': '/mundo/pequim-endurece-com-hollywood-apos-tarifas-dos-eua' });
TV 247 logo
      HOME > Mundo

      Pequim endurece com Hollywood após tarifas dos EUA

      Em retaliação à escalada tarifária de Trump, Pequim limita importações de produções americanas e reforça domínio de filmes nacionais nas bilheteiras

      Hollywood (Foto: Reuters)
      Redação Brasil 247 avatar
      Conteúdo postado por:

      247 – A China anunciou nesta quinta-feira (10) que imporá restrições imediatas à importação de filmes de Hollywood, como resposta direta à decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de intensificar tarifas sobre produtos chineses. A notícia foi divulgada pela agência Reuters, que ouviu fontes da indústria cinematográfica e especialistas em relações comerciais entre os dois países.

      A medida visa atingir um dos símbolos mais emblemáticos da cultura americana, mas com impacto econômico considerado limitado, já que a presença de produções hollywoodianas no mercado chinês vem encolhendo nos últimos anos. Em 2024, os filmes norte-americanos representaram apenas 5% da receita total das bilheteiras no país asiático, segundo dados do setor.

      Declínio do prestígio de Hollywood na China

      Durante décadas, os grandes estúdios de Hollywood viam a China — o segundo maior mercado de cinema do mundo — como essencial para garantir bilheteiras robustas em seus lançamentos. No entanto, a preferência do público chinês por produções nacionais cresceu substancialmente, e hoje cerca de 80% da receita anual do setor vem de filmes locais.

      Um exemplo dessa virada é o desempenho de “Ne Zha 2”, animação chinesa que superou o sucesso da Pixar “Divertida Mente 2” e se tornou a animação mais lucrativa de todos os tempos no país. A tendência de fortalecimento da indústria nacional é vista como irreversível e, agora, também uma ferramenta de política externa.

      Em comunicado oficial, a istração Nacional de Cinema da China declarou:

       “Seguiremos as regras do mercado, respeitaremos as escolhas do público e reduziremos moderadamente o número de filmes americanos importados”.

      Retaliação simbólica, impacto econômico pequeno

      Chris Fenton, autor do livro Feeding the Dragon, afirmou que a decisão de Pequim tem forte valor simbólico:

       “É uma maneira extremamente visível de retaliar sem praticamente nenhum prejuízo interno. É um gesto de força que será notado por Washington.”

      Fenton lembrou ainda que os estúdios americanos recebem apenas 25% da receita de bilheteria na China — bem abaixo do padrão em outros mercados, onde a participação é geralmente o dobro.

      O presidente Donald Trump, por sua vez, minimizou a resposta chinesa:

       “Acho que já vi coisas piores”, declarou ao ser questionado sobre o tema.

      Vale lembrar que muitos atores e personalidades de Hollywood apoiaram o adversário democrata de Trump na eleição presidencial de 2024, o que pode explicar a indiferença do presidente diante das perdas da indústria cinematográfica americana.

      Exceções e incertezas

      Apesar da medida restritiva, alguns blockbusters ainda poderão estrear nos cinemas chineses. É o caso de “Thunderbolts”, nova produção da Marvel, que estreia em 30 de abril e marca o início da temporada de verão nas bilheteiras. No entanto, permanece a dúvida sobre a liberação de outros lançamentos aguardados, como “Missão Impossível — The Final Reckoning”, potencial despedida de Tom Cruise da franquia, e o novo “Superman” dirigido por James Gunn.

      A empresa IMAX, especializada em salas de exibição de grande formato, declarou à Reuters que espera um impacto mínimo nas suas operações:

       “Continuamos esperando um ano forte na China, após o nosso melhor primeiro trimestre de todos os tempos no país”, afirmou um porta-voz.

      China domina sua própria bilheteira

      Segundo o analista Seth Shafer, da S&P Global Market Intelligence Kagan, a importância do mercado chinês para as grandes produções americanas tem diminuído continuamente:

       “Menos de 25% dos filmes lançados amplamente nos EUA estreiam hoje na China. E, quando estreiam, costumam gerar menos de 10% de sua bilheteira global no país.”

      A supremacia de produções chinesas é evidente na lista dos 20 maiores sucessos de bilheteira na história do país: apenas uma produção estrangeira, “Vingadores: Ultimato”, figura na lista, ocupando a 20ª posição com 4,25 bilhões de yuans arrecadados (cerca de US$ 580 milhões). As demais são todas obras domésticas.

      Conclusão

      A decisão da China de restringir a entrada de filmes de Hollywood reforça o uso do soft power como arma geopolítica e confirma a consolidação de sua indústria cultural. Embora o gesto tenha efeito limitado em termos econômicos, sua carga simbólica e diplomática é considerável — especialmente num momento de tensão comercial com os Estados Unidos sob o segundo mandato de Donald Trump.

      ❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com [email protected].

      ✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.

      Rumo ao tri: Brasil 247 concorre ao Prêmio iBest 2025 e jornalistas da equipe também disputam categorias

      Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

      Cortes 247

      Relacionados

      Carregando anúncios...
      Carregando anúncios...