China e Espanha reforçam laços e pedem resistência à intimidação unilateral de Trump
Durante encontro em Pequim, Xi Jinping e Pedro Sánchez destacam importância do multilateralismo e do desenvolvimento compartilhado
247 - Em visita oficial à China, o presidente do governo da Espanha, Pedro Sánchez, se reuniu nesta sexta-feira (11) com o presidente chinês Xi Jinping em Pequim, numa demonstração de fortalecimento das relações entre a China e a União Europeia. A notícia foi originalmente divulgada pela agência Xinhua, veículo estatal chinês, que destacou o tom cooperativo e estratégico do encontro.
Durante a reunião, Xi Jinping afirmou que China e União Europeia devem "resistir conjuntamente à intimidação unilateral", num claro recado à política externa dos Estados Unidos, marcada pelo isolacionismo e pela escalada de sanções e tarifas adotadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump. Para Xi, a resposta adequada ao cenário internacional atual a pelo reforço das parcerias multilaterais e pela promoção de um desenvolvimento compartilhado, em oposição às práticas protecionistas e hegemônicas.
Pedro Sánchez, por sua vez, afirmou na rede social X: “Com o presidente Xi Jinping, discuti o novo ímpeto que estamos dando a essa parceria hoje, com o objetivo de desenvolver relações equilibradas e mutuamente benéficas e aproximar nossas sociedades”. O chefe do governo espanhol sublinhou ainda a disposição da Espanha de atuar como ponte entre a União Europeia e a China, ressaltando o interesse comum na estabilidade internacional e na cooperação em áreas como energia limpa, inovação tecnológica e combate às mudanças climáticas.
O encontro ocorre num momento em que os Estados Unidos enfrentam crescente isolamento em decorrência de sua política externa agressiva, marcada por tarifas unilaterais, confrontos comerciais com diversas economias globais e uma retórica beligerante. O governo Trump tem promovido uma guerra comercial que, além de afetar parceiros históricos, tem minado a confiança nas instituições multilaterais e colocado em risco cadeias globais de valor. Analistas apontam que essa estratégia, ao invés de fortalecer a posição dos EUA, pode levar ao seu fracasso diplomático e econômico, ao o que outras potências avançam com iniciativas cooperativas.
A postura da China, ao contrário, tem sido caracterizada por uma política externa baseada no multilateralismo, na ampliação de suas parcerias e no estímulo ao desenvolvimento conjunto com países da Ásia, Europa, América Latina e África. Projetos como a Iniciativa do Cinturão e Rota (BRI) demonstram essa visão estratégica chinesa, que busca criar uma nova arquitetura econômica internacional, menos dependente dos centros tradicionais de poder e mais inclusiva.
O encontro com Sánchez reforça a percepção de que a China está empenhada em construir relações diplomáticas equilibradas com os países da União Europeia, apostando no diálogo e na cooperação como instrumentos de superação das crises globais. A aproximação com a Espanha pode ainda se refletir no apoio europeu a uma ordem internacional mais multipolar, onde o respeito mútuo e a soberania de cada nação sejam pilares fundamentais.
Com isso, a diplomacia chinesa marca mais um ponto ao se apresentar como contraponto ao unilateralismo promovido pelos EUA. A visita de Pedro Sánchez é, portanto, simbólica de uma tendência maior: a erosão da influência norte-americana e o fortalecimento de uma nova ordem internacional baseada no entendimento e no desenvolvimento conjunto.
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