Parlamentares sionistas pedem expulsão do parlamento israelense de deputado crítico ao genocídio
Deputado árabe Ayman Odeh defende sua posição como expressão de solidariedade humanitária e denuncia tentativa de silenciamento político
247 - Setenta membros do Knesset (parlamento) israelense am uma petição exigindo a expulsão do deputado Ayman Odeh, líder da aliança Hadash-Ta’al, após declarações públicas em apoio aos palestinos de Gaza. A informação foi divulgada pela agência oficial palestina WAFA nesta quinta-feira (5).
A iniciativa foi liderada por Avichai Boaron, parlamentar do partido de direita Likud, que acusou Odeh de ter “cruzado linhas vermelhas” durante um comício pró-Gaza ocorrido no último sábado. Em seu discurso, Odeh afirmou: “Gaza prevalecerá sobre a guerra, a destruição e a ocupação” e acrescentou que “o povo palestino triunfará”.
Boaron classificou as declarações como “um ataque ao Estado israelense vindo de dentro” e justificou a petição como uma reação à revolta generalizada entre os deputados de diversas siglas. “O povo judeu derrotará Gaza”, declarou, reafirmando a visão militarista do governo israelense em relação ao território palestino.
Ayman Odeh, por sua vez, respondeu com firmeza às críticas, sustentando que suas palavras representam “uma postura moral e humanitária” compartilhada por milhões de pessoas no mundo. Em nota, ele destacou a hipocrisia dos signatários da petição: “Nenhum dos 70 signatários condenou o assassinato de crianças em Gaza. Alguns até pediram a destruição total de Gaza”.
O deputado, conhecido por sua atuação em defesa dos direitos civis dos árabes israelenses e pela oposição à ocupação dos territórios palestinos, afirmou que não cederá às pressões. “Não serei silenciado”, declarou. “Ao lado das forças democráticas e progressistas, resistirei a esta campanha com determinação e integridade.”
A tentativa de expulsão de Odeh é mais um episódio da crescente repressão contra vozes dissidentes em Israel, especialmente em um momento de escalada da violência na Faixa de Gaza. Organizações de direitos humanos têm alertado para a perseguição política contra representantes da minoria árabe e ativistas que denunciam os abusos cometidos contra civis palestinos.
O caso levanta sérios questionamentos sobre os limites da liberdade de expressão dentro do parlamento israelense e expõe as tensões internas diante da prolongada guerra em Gaza. Odeh, que há anos representa uma alternativa política antirracista e de convivência entre os povos, volta ao centro do debate com sua firme defesa dos direitos humanos e da justiça para o povo palestino.
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