Míssil lançado pelos Houthis do Iêmen cai próximo ao principal aeroporto de Israel
Ataque causou pânico entre ageiros no Terminal 3. Míssil não foi interceptado e deixou cratera próxima ao Aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv
Reuters - Um míssil disparado neste domingo (4) pelos rebeldes houthis do Iêmen em direção a Israel caiu nas proximidades do Aeroporto Ben Gurion, principal terminal internacional do país, provocando uma coluna de fumaça visível à distância e gerando pânico entre os ageiros dentro do edifício do terminal.
Os houthis, alinhados ao Irã, reivindicaram a autoria do ataque e intensificaram recentemente o lançamento de mísseis contra Israel, alegando agir em solidariedade aos palestinos na Faixa de Gaza.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, prometeu retaliação. “Atacamos no ado, atacaremos no futuro”, declarou em vídeo divulgado por seu gabinete.
O comandante sênior da polícia israelense, Yair Hetzroni, mostrou a jornalistas a cratera causada pelo impacto do projétil, que, segundo autoridades do aeroporto, caiu ao lado de uma estrada próxima ao estacionamento do Terminal 3. O aeroporto está situado nas imediações da cidade de Tel Aviv. “Vocês podem ver a cena logo atrás de nós, um buraco que se abriu com dezenas de metros de diâmetro e também dezenas de metros de profundidade”, afirmou Hetzroni, ressaltando que não houve danos significativos.
Segundo a emissora israelense Channel 12 News, Netanyahu se reuniria ainda no domingo com ministros da área de segurança e autoridades da Defesa para discutir uma resposta ao ataque.
A maioria dos ataques lançados do Iêmen tem sido interceptada pelos sistemas de defesa antimísseis de Israel, com exceção de um ataque com drone que atingiu Tel Aviv no ano ado. O míssil deste domingo foi o único, entre os vários lançados nos últimos dias, que não foi interceptado.
As Forças de Defesa de Israel (IDF) afirmaram que estão investigando o caso. “Hoje (domingo), por volta das 9h18 (0618 GMT), as IDF identificaram o lançamento de um míssil do Iêmen em direção ao território israelense. Conforme o protocolo, sirenes foram acionadas em várias áreas de Israel”, informou o Exército. “Foram feitas várias tentativas de interceptação. Um impacto foi identificado na área do Aeroporto Ben Gurion.”
Bombardeios dos EUA contra os houthis - Um repórter da Reuters presente no aeroporto relatou ter ouvido as sirenes e visto ageiros correndo em direção às salas seguras. Vários vídeos gravados por celulares circularam nas redes sociais, mostrando uma coluna de fumaça preta claramente visível atrás de aeronaves estacionadas e edifícios do aeroporto. Imagens também mostraram uma estrada próxima coberta por poeira e destroços.
O serviço de ambulâncias de Israel informou que oito pessoas foram encaminhadas ao hospital com ferimentos leves a moderados.
Assumindo a autoria do ataque, o porta-voz militar dos houthis, Yahya Saree, declarou que o principal aeroporto de Israel “não é mais seguro para viagens aéreas”.
A Autoridade Aeroportuária de Israel informou que as operações normais foram retomadas após relatos de interrupções no tráfego aéreo e de bloqueios nas vias de o ao aeroporto. No entanto, companhias aéreas como Lufthansa, Delta, ITA Airways e Air cancelaram voos com destino ou origem em Tel Aviv, alguns dos quais estavam programados para segunda ou terça-feira.
O ataque deste domingo ocorreu enquanto ministros israelenses se preparavam para aprovar planos de ampliação da operação militar em Gaza, que foi retomada em março após uma trégua de dois meses — fato que motivou os houthis a intensificar os lançamentos de mísseis contra Israel.
As tentativas de restabelecer o cessar-fogo fracassaram, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou em março bombardeios em larga escala contra os houthis, com o objetivo de reduzir sua capacidade militar e impedir ataques a navios comerciais no Mar Vermelho. Os ataques dos EUA resultaram na morte de centenas de pessoas no Iêmen.
Os houthis, que controlam amplas regiões do Iêmen, começaram a atacar Israel e embarcações no Mar Vermelho no final de 2023, nos primeiros dias da guerra entre o Hamas e Israel na Faixa de Gaza.
A guerra teve início após ataques liderados pelo Hamas ao sul de Israel, em 7 de outubro de 2023, que deixaram 1.200 mortos e 251 sequestrados. A ofensiva israelense em Gaza já matou mais de 52 mil palestinos e devastou grande parte do enclave.
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