Encontro de Xi e Putin nas celebrações do Dia da Vitória também terá agenda bilateral de alto nível
Presidentes da China e do Brasil estarão em Moscou para os 80 anos da vitória soviética sobre o nazismo e manterão reuniões com Putin sobre parcerias
247 – O Kremlin confirmou neste domingo (5) que o presidente da China, Xi Jinping, fará uma visita oficial à Rússia entre os dias 7 e 10 de maio. A informação foi divulgada originalmente pela agência RT. Durante os três dias de estadia, Xi participará da Parada do Dia da Vitória, marcada para 9 de maio na Praça Vermelha, em Moscou, e se reunirá com o presidente russo, Vladimir Putin, para discutir temas estratégicos de interesse bilateral e internacional.
Além de Xi, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva também estará em Moscou entre os dias 8 e 10 de maio, com agenda bilateral confirmada com Vladimir Putin. A presença de Lula nas celebrações representa um gesto simbólico de fortalecimento da relação entre Brasil e Rússia no contexto dos BRICS e da multipolaridade global. A diplomacia brasileira, segundo interlocutores do Palácio do Planalto, considera essa visita uma oportunidade para aprofundar a cooperação em áreas como energia, defesa, comércio e tecnologia.
Segundo o comunicado oficial do governo russo relacionado à China, “durante as negociações, serão discutidos os principais temas do desenvolvimento futuro da parceria abrangente e da interação estratégica, bem como os problemas atuais da agenda internacional e regional”. O Kremlin também informou que está prevista a de “uma série de documentos intergovernamentais e interagências” entre os países envolvidos.
A visita de Xi Jinping ocorre em um momento simbólico, quando a Rússia celebra os 80 anos da vitória da União Soviética sobre a Alemanha nazista. Mais de 20 líderes estrangeiros são esperados na capital russa para as comemorações, incluindo o presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, o presidente da Sérvia, Aleksandar Vucic, e o primeiro-ministro da Armênia, Nikol Pashinyan.
Em abril, Putin havia antecipado que se encontraria com Xi durante as festividades e propôs um cessar-fogo unilateral de 72 horas na Ucrânia, em respeito à data. O presidente da Ucrânia, Vladimir Zelensky, rejeitou a proposta, classificando-a como uma “encenação teatral”, e propôs, em contrapartida, uma trégua incondicional de 30 dias. Moscou respondeu dizendo que tal pausa daria tempo para Kiev se rearmar. Zelensky chegou a alertar os líderes estrangeiros que iriam a Moscou de que a Ucrânia não poderia garantir sua segurança.
Esta será a terceira visita de Xi à Rússia desde o início da escalada do conflito na Ucrânia, em 2022. A China mantém uma posição declaradamente neutra em relação à guerra, recusando-se a culpar a Rússia pelas hostilidades e criticando duramente as sanções impostas pelo Ocidente a Moscou, que Pequim acusa de perpetuar uma “mentalidade da Guerra Fria”.
O encontro simultâneo de Xi Jinping e Lula com Vladimir Putin marca um momento importante de articulação entre três potências influentes no cenário internacional, que buscam alternativas à ordem geopolítica dominada pelos Estados Unidos, presididos atualmente por Donald Trump, em seu segundo mandato iniciado em 2025.
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