China aplica sanções a parlamentares, ONGs e autoridades dos EUA após medidas sobre Hong Kong
Porta-voz da diplomacia chinesa afirma que a China não aceitará interferência externa e aplica contramedidas a congressistas, autoridades e líderes de ONGs
247 – A China anunciou, nesta segunda-feira (21), a imposição de sanções contra membros do Congresso dos Estados Unidos, autoridades e chefes de organizações não governamentais (ONGs) norte-americanas, em resposta às medidas punitivas unilaterais adotadas por Washington contra autoridades ligadas ao governo central da China e à Região istrativa Especial de Hong Kong. A informação foi divulgada em coletiva de imprensa pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Guo Jiakun, e publicada pelo jornal Global Times.
A retaliação vem após a publicação, em 31 de março, do relatório anual da Lei de Política para Hong Kong pelo Departamento de Estado dos EUA, no qual foram impostas sanções a seis indivíduos sob a justificativa de “erosão da autonomia de Hong Kong”. Em resposta, Guo Jiakun declarou que tais ações norte-americanas “constituem grave interferência nos assuntos internos da China, incluindo os de Hong Kong, e violam princípios do direito internacional e normas básicas das relações internacionais”. E completou: “A China condena veementemente essa manobra desprezível”.
Segundo o porta-voz, as contramedidas foram adotadas com base na Lei Antissanções Estrangeiras da República Popular da China. “Nossa mensagem aos EUA é clara: Hong Kong pertence à China, e seus assuntos não item interferência externa”, afirmou Guo. “As práticas errôneas dos EUA em relação a Hong Kong certamente receberão uma resposta firme e medidas recíprocas da China.”
Especialistas chineses ouvidos pelo Global Times avaliaram que tais contramedidas são previsíveis e já ocorreram em situações semelhantes anteriores. Lau Siu-kai, conselheiro sênior da Associação Chinesa de Estudos de Hong Kong e Macau, ressaltou a base legal da resposta de Pequim. “Com a legislação sobre contramedidas a sanções estrangeiras em vigor, as ações da China não apenas têm respaldo legal, mas são também mandatadas por lei”, afirmou.
Lau também observou que, embora tais medidas não possam necessariamente restringir a atuação de políticos dos EUA, “pelo menos os forçam, bem como suas famílias, a arcar com as consequências”, servindo como alerta. “Ao mesmo tempo, envia-se uma mensagem clara à comunidade internacional de que a China não tolerará ivamente a intimidação dos EUA, mas responderá com firmeza, em defesa da justiça e com demonstração de coragem”, concluiu.
O comentarista Chu Kar-kin, também membro da mesma associação, reforçou o caráter abusivo do uso de sanções por parte de Washington. “Os EUA transformaram as sanções em arma política, e essa postura soa imprudente e irracional. Nós temos leis específicas para reagir a esse tipo de ação”, declarou.
A escalada de tensões entre Pequim e Washington em torno da autonomia de Hong Kong ilustra os limites da diplomacia em um cenário de crescente rivalidade geopolítica. A China, sob a liderança do presidente Xi Jinping, demonstra que não aceitará imposições externas em assuntos que considera parte de sua soberania inegociável. Por sua vez, os Estados Unidos, liderados pelo presidente Donald Trump em seu segundo mandato desde 2025, continuam a pressionar o regime chinês em temas sensíveis como direitos humanos e liberdades civis em Hong Kong.
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