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      China alerta países contra acordos com os EUA que prejudiquem seus interesses

      Pequim promete contramedidas contra quem ceder à pressão tarifária de Washington às suas custas

      (Foto: Gerada por IA/DALL-E)
      José Reinaldo avatar
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      247 - A China emitiu nesta segunda-feira (21) um alerta direto a países que considerem firmar acordos econômicos com os Estados Unidos que possam comprometer seus interesses. Segundo reportagem da Reuters, assinada por Liz Lee e Laurie Chen, o governo chinês acusou Washington de abusar das tarifas comerciais e afirmou que responderá de forma “resoluta e recíproca” a qualquer tentativa de marginalizar seus interesses.

      A posição oficial foi divulgada pelo Ministério do Comércio da China, em resposta a uma reportagem da Bloomberg que revelou os planos do presidente dos EUA, Donald Trump, de pressionar parceiros comerciais a reduzir ou até mesmo interromper seu comércio com Pequim. A estratégia incluiria condicionar isenções tarifárias à adoção de medidas que limitem o intercâmbio com a China — inclusive com possíveis sanções monetárias. 

      “A China se opõe firmemente a qualquer parte que feche um acordo às suas custas e tomará contramedidas de maneira resoluta e recíproca”, afirmou um porta-voz do Ministério do Comércio chinês. “Os Estados Unidos abusaram de tarifas sobre todos os parceiros comerciais sob a bandeira da chamada ‘equivalência’, ao mesmo tempo em que forçaram todas as partes a iniciar as chamadas negociações de ‘tarifas recíprocas’ com eles.”

      Desde o início do mês, o governo Trump intensificou a guerra tarifária ao manter tarifas elevadas exclusivamente sobre produtos chineses — após suspender medidas similares para outros países — e elevar a carga sobre importações da China para 145%. Em resposta, Pequim aplicou tarifas de 125% sobre produtos dos EUA, mas sinalizou na última semana que não ampliaria ainda mais suas barreiras gerais.

      A escalada nas tensões comerciais se dá num momento em que os Estados Unidos mpliam sua ofensiva contra setores estratégicos da economia chinesa, como o de semicondutores. A gigante americana de chips de inteligência artificial Nvidia revelou, na última semana, que deverá arcar com custos de até US$ 5,5 bilhões devido às novas restrições impostas por Washington às exportações de chips de IA para a China. 

      Frente às ações americanas, Pequim anunciou que convocará ainda esta semana uma reunião informal do Conselho de Segurança da ONU para denunciar o que chamou de “intimidação econômica” por parte dos EUA. A medida tem como objetivo atrair solidariedade internacional e reforçar sua posição junto a países do Sul Global.

      Bo Zhengyuan, sócio da consultoria política Plenum, sediada na China, observou que muitos países estão em situação delicada diante do ime. “Se os países têm alta dependência da China em termos de investimento, infraestrutura industrial, conhecimento tecnológico e consumo, não acredito que eles atenderão às demandas dos EUA. Muitos países do Sudeste Asiático pertencem a essa categoria”, analisou.

      Os dados econômicos confirmam essa realidade. A Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) é hoje o maior parceiro comercial da China, com um volume de comércio bilateral que chegou a US$ 234 bilhões apenas no primeiro trimestre de 2025 — o equivalente a mais de 16% do total do comércio exterior chinês. Já o intercâmbio com os EUA foi de cerca de US$ 476,8 bilhões em 2024, fazendo de Washington o quarto maior parceiro comercial do bloco regional.

      Apesar das ameaças cruzadas, o mercado financeiro reagiu com relativa estabilidade. As ações chinesas subiram levemente nesta segunda-feira, refletindo certa confiança dos investidores, embora o ambiente geral siga marcado por cautela diante dos riscos ao crescimento global.

      Em paralelo às tensões, o presidente chinês Xi Jinping intensificou a diplomacia regional, realizando uma série de visitas a países do Sudeste Asiático. Em artigo publicado na mídia vietnamita, Xi defendeu o multilateralismo e alertou para os perigos das disputas comerciais. “Não há vencedores em guerras comerciais e tarifárias”, escreveu, sem mencionar diretamente os Estados Unidos.

      Nos bastidores, cerca de 50 países já teriam procurado o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, para discutir formas de escapar das tarifas adicionais. As negociações bilaterais incluem concessões como o aumento de importações agrícolas americanas. O Japão, por exemplo, avalia ampliar a compra de soja e arroz, enquanto a Indonésia cogita importar mais alimentos e commodities dos EUA em detrimento de outros fornecedores.

      A postura assertiva de Trump, porém, tem sido duramente criticada por analistas, que alertam para o risco de uma recessão global se a disputa se agravar. A tensão tarifária já provocou impactos negativos em cadeias produtivas, investimentos e estabilidade cambial em várias regiões do mundo.

      Com o endurecimento de posições, o cenário internacional segue em alerta diante da possibilidade de que a guerra comercial entre EUA e China ultrae os limites do comércio e assuma contornos mais amplos de confronto geopolítico.

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