Casa Branca aposta em encontro próximo entre Putin e Trump
Assessor de Trump afirma que reunião é "iminente" e aposta que Trump será protagonista na conclusão de um eventual acordo sobre a Ucrânia
247 - A expectativa de uma reunião entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ganhou força nos bastidores diplomáticos. Segundo reportagem publicada pela agência TASS, o governo norte-americano acredita que o encontro ocorrerá em breve, conforme declarou Sebastian Gorka, assistente adjunto do presidente e diretor sênior de combate ao terrorismo da Casa Branca.
Durante uma conferência internacional sobre segurança promovida pelo jornal Politico, Gorka afirmou: "Acordos são uma questão de timing. Quando chegar a hora certa, o presidente estará na sala com Putin, mas minha expectativa é que isso aconteça em breve." A declaração sinaliza que Washington enxerga com otimismo a possibilidade de avançar nas tratativas com Moscou, apesar do atual ime diplomático.
Questionado sobre o que exatamente significaria "em breve", Gorka foi evasivo e hostil com a imprensa. "É só isso que você vai receber. Eu detesto o Politico. Você não vai receber nada mais de mim do que 'iminentemente'," respondeu, demonstrando irritação com o veículo organizador do evento.
Outro ponto abordado durante a conferência foi a possibilidade de Trump participar pessoalmente das negociações entre Rússia e Ucrânia, previstas para acontecer em Istambul. Gorka negou qualquer intenção imediata de envolvimento direto do presidente: "Não, porque precisamos que todas as partes decidam. Uma das partes está faltando, certo? Não há sentido [na presença de Trump]."
Apesar da ausência de Trump nas conversações iniciais, Gorka reforçou que o presidente dos EUA terá papel decisivo em um eventual acordo. "Podem ter certeza de que, quando a tinta final for colocada naquele pedaço de papel [com os acordos sobre a Ucrânia], o presidente Trump será a pessoa, o homem por trás da arte do acordo, que o selará," declarou, fazendo alusão ao livro publicado por Trump nos anos 1980, A Arte da Negociação.
Indagado sobre possíveis discussões em torno do reconhecimento internacional da soberania russa sobre a Crimeia e outros territórios ocupados, Gorka se esquivou: "Não vou comentar. Sou o Diretor Sênior de Contraterrorismo." Em seguida, sinalizou que a atual gestão americana adota uma abordagem pragmática: "Já estamos meio que esgotados desse assunto neste momento. Mas vou lhe dizer uma coisa: vivemos no mundo real. O governo Trump vive no mundo real."
Segundo ele, o foco da Casa Branca está em conter os conflitos armados: "Reconhecemos a realidade em campo e temos uma prioridade, seja no Oriente Médio ou na Ucrânia, que é parar o derramamento de sangue. Todo o resto vem depois que o derramamento de sangue for interrompido."
Do lado russo, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou à agência TASS que "uma reunião entre Putin e Trump não está planejada para os próximos dias", o que indica que, embora o diálogo siga aberto, ainda não há definição de data para um encontro entre os líderes.
A possível aproximação entre Trump e Putin ocorre em meio a um contexto internacional delicado, marcado por tensões militares, sanções econômicas e disputas territoriais. A declaração de Gorka, ao mesmo tempo em que reforça o protagonismo que o presidente dos EUA deseja exercer nas negociações, também levanta questões sobre os limites dessa atuação e os interesses em jogo para ambos os países.
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