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      Rússia e Ucrânia se encontram em Istambul para primeira negociação pela paz desde 2022

      Reunião é iniciativa do presidente russo, Vladimir Putin; reunião terá participação dos EUA e pode retomar base do acordo proposto em 2022

      Istambul sedia mais uma vez reunião entre delegações da Rússia e da Ucrânia para diálogo pela paz (Foto: Sergey Savastianov/TASS)
      José Reinaldo avatar
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      247 - A capital diplomática da Turquia volta a ser palco de uma tentativa de reconciliação no conflito que devasta o leste europeu. Nesta quinta-feira, 15 de maio, representantes da Rússia e da Ucrânia se reunem em Istambul para retomar o diálogo direto, pela primeira vez desde março de 2022. A informação é da agência russa TASS, que destacou a iniciativa como um gesto do presidente Vladimir Putin em direção a uma possível solução política para a guerra.

      A delegação russa será novamente liderada por Vladimir Medinsky, assessor do Kremlin, e contará com nomes de alto escalão do governo, incluindo o vice-ministro da Defesa, Alexander Fomin, e o vice-ministro das Relações Exteriores, Mikhail Galuzin. Moscou também enviará um grupo técnico robusto, com especialistas em defesa, política humanitária e cooperação militar internacional.

      A participação dos Estados Unidos também está confirmada. O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou que o secretário de Estado Marco Rubio, o enviado especial Steve Witkoff e o enviado para a Ucrânia, Keith Kellogg, estarão em Istambul. Em declaração recente, Trump afirmou que não descartaria sua própria ida à cidade turca se isso significasse avanços concretos. “Se puder ajudar a alcançar a paz, irei pessoalmente”, declarou o mandatário.

      Oferta sem pré-condições

      A retomada do canal diplomático partiu de um novo apelo de Vladimir Putin. Na madrugada de 11 de maio, o presidente russo anunciou publicamente a disposição de reabrir as negociações com Kiev “sem pré-condições” e reiterou que foi a Ucrânia quem interrompeu os contatos em 2022. Putin também elogiou a mediação turca, afirmando que Ancara desempenhou um papel “essencial” na tentativa anterior de acordo.

      A proposta russa, no entanto, esbarrou nas exigências de Kiev. O presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, respondeu pedindo a confirmação de um “cessar-fogo completo, duradouro e confiável” a partir de 12 de maio. Maria Zakharova, porta-voz da chancelaria russa, reagiu dizendo que as autoridades ucranianas “aparentemente não compreenderam” a mensagem de Putin.

      Após apelo de Trump para que Kiev aceitasse a proposta, Zelensky afirmou que está pronto para comparecer a Istambul, mas manteve a exigência de cessar-fogo. “Estou pronto para a reunião, mas esperamos um sinal claro de cessar-fogo. Esperamos Vladimir Putin na quinta-feira”, declarou. Apesar disso, permanece válida a resolução do Conselho de Segurança Nacional e Defesa da Ucrânia, promulgada por Zelensky em outubro de 2022, que proíbe formalmente negociações com o presidente russo — medida que, segundo o próprio presidente ucraniano, “não se aplica a ele diretamente”.

      Reabrindo o acordo de 2022?

      Fontes diplomáticas em Moscou indicam que o documento discutido em Istambul há três anos pode voltar à mesa. Rodion Miroshnik, embaixador-geral do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, declarou que aquele esboço pode servir de base para um novo entendimento. “Com os ajustes necessários em função dos eventos dos últimos três anos, o acordo de 2022 ainda pode ser uma solução viável”, afirmou.

      Embora a agenda oficial da reunião permaneça sob sigilo, o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Ryabkov, informou que os temas centrais devem incluir questões territoriais e propostas para uma solução política sustentável. “É muito cedo para fazer previsões. Muito dependerá da posição dos patrocinadores ocidentais de Kiev”, alertou Ryabkov.

      Resistência europeia

      Apesar do clima de retomada diplomática, as potências europeias têm expressado ceticismo. O presidente da França, Emmanuel Macron, classificou a proposta russa como “insuficiente e inaceitável”. Paralelamente, novas sanções contra Moscou foram anunciadas por membros da União Europeia, evidenciando a divisão dentro do bloco ocidental sobre os caminhos possíveis para a paz.

      Ao comentar a pressão europeia por um cessar-fogo temporário de 30 dias, Maria Zakharova reagiu com desconfiança: “Querem dar à Ucrânia uma trégua para restaurar seu potencial militar e prolongar o confronto com a Rússia”, afirmou.

      Expectativas e incertezas

      Com a diplomacia sendo testada mais uma vez, a comunidade internacional acompanha com atenção o desenrolar das conversações. O simbolismo do reencontro em Istambul, três anos após o último diálogo direto, é inegável — mas o cenário permanece repleto de incertezas.

      A presença de autoridades russas, ucranianas e americanas pode indicar uma reconfiguração do tabuleiro político internacional, especialmente num momento em que cresce a pressão por uma solução negociada para o conflito. Se os imes forem superados, esta rodada pode representar um ponto de virada no caminho da paz — ou mais uma oportunidade perdida em meio à guerra.

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