Academia militar de West Point, nos EUA, enfrenta crise após ordens de Hegseth para eliminar conteúdos sobre raça e gênero

247 - A Academia Militar dos Estados Unidos em West Point enfrenta uma crise após a implementação de diretrizes do Secretário de Defesa, Pete Hegseth, que ordenam a remoção de conteúdos acadêmicos considerados "divisivos" ou "não americanos". Segundo reportagem do The New York Times, essas mudanças levaram à renúncia de professores e à revisão de currículos, afetando a liberdade acadêmica na instituição.

Em janeiro, Hegseth emitiu um memorando instruindo as academias militares a eliminarem o ensino de teorias como a crítica racial e a ideologia de gênero, além de descontinuar programas de diversidade, equidade e inclusão (DEI). A ordem também determinava que as instituições ensinassem que "a América e seus documentos fundadores permanecem como a força mais poderosa para o bem na história humana" .

Como resultado, West Point cancelou disciplinas que abordavam temas de raça, gênero e poder, incluindo cursos de história e sociologia. Autores renomados como Toni Morrison, James Baldwin e Ta-Nehisi Coates foram removidos dos programas de ensino. Além disso, clubes estudantis focados em diversidade foram desmantelados, e professores aram a necessitar de aprovação para publicar ou falar publicamente sobre seu trabalho acadêmico .

O professor de filosofia Graham Parsons renunciou após 13 anos na academia, criticando as mudanças que, segundo ele, comprometem a missão educacional de West Point. Em artigo, Parsons afirmou: "Estou envergonhado de estar associado à academia em sua forma atual" .

Outros membros do corpo docente expressaram preocupações semelhantes, destacando a dificuldade de conciliar as novas diretrizes com o compromisso da academia com a liberdade acadêmica. A situação em West Point reflete um embate mais amplo entre políticas governamentais e princípios educacionais nas instituições militares dos Estados Unidos.