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      Exclusivo: Almirante Othon fala ao 247 de sua prisão e tentativa de suicídio

      Ex-preso da Lava Jato, almirante Othon relata o tempo no cárcere, tentativa de suicídio e absolvição em entrevista exclusiva

      (Foto: MARCELLO CASAL JR / Agência Brasil)
      Redação Brasil 247 avatar
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      Por Denise Assis, 247 - No próximo dia 25, o almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva completa 86 anos. Desses, um ano e meio lhe foram roubados num processo injusto - que aguarda o arquivamento - e que, por exorbitância do juiz “lavajatista”, Marcelo Bretas, o condenou, a princípio, a 43 anos de prisão em regime fechado. A prisão de Othon se deveu sobretudo por uma ação geopolítica dos Estados Unidos, temendo os avanços da construção do submarino nuclear brasileiro.

      Esse juiz atuou entre 2015 e 2023 na 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro e acabou afastado compulsoriamente do cargo pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). 

      O desfecho desse imbróglio foi a redução de sua pena a três anos de medidas restritivas, pelo TRF-2, mas caminhando para a extinção, por pura e absoluta falta de provas. Sua vida foi revirada do avesso. A filha, Ana Cristina Toniolo, e sócia em uma consultoria, acabou presa, como forma de forçá-lo a confessar o que não havia feito (prática muito comum entre os juristas da Lava Jato). Foi absolvida pelo TRF-2. A acusação era de recebimento de propina em uma das fases da construção de Angra Três, cujos valores jamais foram encontrados depois da quebra dos sigilos bancários. 

      Depois que deixou a prisão, o almirante Othon, como todos o chamam, perdeu a esposa de uma vida inteira, Maria Célia, por quem se apaixonou ainda na adolescência, em Friburgo, onde foi estudar, após sair de Sumidouro, seu local de nascimento.

      O pai, médico, o incentivou a estudar, coisa que o genial almirante Othon, também chamado de o “pai do programa nuclear” do Brasil, diz que fazia apenas para alcançar média e ar. Conta, porém, que quem o incentivou a ir para a Marinha – onde teve oportunidade de conhecer a Engenharia e abraçá-la -, foi o namorado de uma tia. E o que o motivou, confessa, não foi um sentimento muito nobre. Ele revela, divertido, que esse contraparente lhe alertou para o fato de que a farda atrairia olhares das mocinhas, que na época adoravam um uniforme. Othon fez essas revelações ao “Denise Assis Convida”, que vai ao ar neste domingo, às 12h.

      Os estudos o levaram longe. Em suas andanças para fazer cursos de especialização, saciando a curiosidade sobre o enriquecimento de urânio – coisa que conseguiu sozinho, “quebrando a cabeça”, como descreve -, conviveu com Edward Teller, um físico teórico, que integrou o “Projeto Manhattan”. A equipe foi responsável, sob a coordenação dos EUA, pela criação da Bomba H. Teller também é conhecido como o “pai da bomba atômica”, embora o mais famoso do projeto seja o físico Julius Oppenheimer, por ser o coordenador.

      No isolamento da prisão, perdoou os seus algozes e dedicou o seu tempo a escrever um livro. Pretende lançá-lo em breve. Assim que seu advogado considerar conveniente e sem risco de novas encrencas. 

      Na entrevista, nota-se que ficou com dificuldade de concentração. Talvez por viver sozinho em um apartamento em Copacabana, tenha perdido o hábito do diálogo, dando demonstração de que necessita falar. Desse modo, o público vai perceber que o formato da conversa com o almirante Othon ficou mais para um testemunho do que para uma entrevista nos moldes do que se costuma chamar assim.  

      Respeitamos o seu ritmo, insistindo apenas para que ele falasse sobre o drama vivido no ado recente. Ele falou. Com alguma dificuldade de aprofundar no que ainda lhe dói a alma. Mas não se furtou a contar que no isolamento de sua cela, atentou contra a própria vida, movido pela vergonha e o desgosto da situação. “Ainda bem que não consegui. Hoje posso ver que fui inocentado e viver sem rancor”. Othon define o seu momento: “vivo como a música do Paulinho da Viola. Faço como o velho marinheiro, que durante o nevoeiro, move o barco devagar”. Nós também comemoramos o insucesso do seu intento e, prestes ao seu aniversário, lhe desejamos vida longa. O nevoeiro ou. Agora a nossa torcida é para que navegue em mar de almirante.

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