window.dataLayer = window.dataLayer || []; window.dataLayer.push({ 'event': 'author_view', 'author': 'Dafne Ashton', 'page_url': '/entrevistas/a-falencia-da-democracia-liberal-que-e-a-ditadura-da-burguesia-abre-espaco-para-a-ditadura-do-proletariado-diz-costa-pimenta' });
TV 247 logo
      HOME > Entrevistas

      Rui Costa Pimenta analisa a falência da democracia liberal

      Presidente do PCO afirma que o modelo político socialista deve ser desmistificado

      (Foto: Divulgação | Agence Kampuchea Press/Handout via REUTERS)
      Dafne Ashton avatar
      Conteúdo postado por:

      247 – “O Estado é uma estrutura de classe”, afirma Rui Costa Pimenta, presidente do Partido da Causa Operária (PCO). Em entrevista à TV 247, ele defende que a chamada democracia liberal, vendida como modelo ideal de convivência política, é, na verdade, uma forma velada de ditadura da burguesia. Para ele, a crise estrutural do sistema capitalista revela os limites históricos da democracia representativa e cria condições para que a alternativa socialista — a ditadura do proletariado — volte a ser discutida com seriedade.

      As declarações compõem uma reflexão crítica sobre os rumos da política internacional e a falência do que chama de "regime burguês". “A chamada democracia foi um regime criado pela burguesia para governar como classe”, afirma. Segundo ele, embora essa forma de organização tenha proporcionado períodos de relativa estabilidade e liberdade, suas contradições internas levam, inevitavelmente, ao colapso.

      Ditadura do proletariado: conceito e desmistificação

      Rui Costa Pimenta busca resgatar e desmistificar o conceito de ditadura do proletariado, conforme desenvolvido no pensamento marxista. “O marxismo, que elaborou o conceito da ditadura do proletariado, se baseia na experiência histórica. A luta de classes chega a um ponto tão agudo que torna-se necessária uma ditadura. Não há terreno comum”, explica. Para ele, a ideia de ditadura do proletariado não deve ser vista como um regime autoritário arbitrário, mas como uma forma de transição revolucionária em que o poder está nas mãos da classe operária, em oposição ao domínio da burguesia.

      Citando Lênin, Rui argumenta que esse regime seria, na realidade, a “verdadeira democracia”. No entanto, ressalta: “O marxismo não usa de eufemismos”. Em sua análise, mesmo teóricas críticas como Rosa Luxemburgo reconheceram a necessidade da ditadura do proletariado como parte do processo revolucionário.

      Democracia liberal em colapso

      Segundo o presidente do PCO, há sinais claros de que o sistema democrático liberal está em esgotamento. “A democracia é um sistema que só funciona na abundância”, diz. Com o aprofundamento das crises econômicas e sociais no mundo capitalista, esse regime tende a se endurecer, abrindo caminho para o fascismo, como já ocorreu no ado. “O fascismo foi precedido pelo endurecimento dos regimes”, afirma, traçando um paralelo com a situação atual em diversos países.

      Rui sustenta que a tentativa da burguesia de engessar o regime democrático decorre do fato de que ele não é totalmente controlável. Assim, quando suas contradições se intensificam, o sistema entra em colapso e abre espaço para regimes autoritários. “Estamos vendo sinais claros de esgotamento da democracia”, alerta.

      Experiências históricas e socialismo no século XXI

      Questionado sobre exemplos concretos de ditadura do proletariado, Rui cita Cuba, a Coreia do Norte e a antiga União Soviética. “A União Soviética, até o fim, era uma ditadura do proletariado, mas dominada por uma burocracia muito reacionária”, afirma. Sobre a China, diz que o capitalismo existente lá é “artificial”, devido ao forte controle estatal e, sobretudo, do Partido Comunista Chinês. “A impressão que tenho é que as empresas chinesas têm um comissário do partido em todas elas. Há mais influência do Partido na burguesia do que o contrário.”

      Na sua avaliação, uma ditadura do proletariado não é incompatível com o desenvolvimento da economia privada, desde que essa economia seja submetida ao controle político da classe trabalhadora. “Uma ditadura do proletariado pode permitir um grande desenvolvimento da economia privada”, argumenta, ressaltando que apenas uma revolução poderia gerar o nível de transformação social e econômica que a China alcançou.

      A crise no Brasil e o papel da esquerda

      Rui Costa Pimenta alerta que o Brasil caminha para um cenário de conflito agudo: “A crise que se avizinha é muito grave. O país vai explodir num conflito grave, o que abre espaço para a revolução ou contrarrevolução”. Por isso, segundo ele, a esquerda deve assumir uma postura mais ousada e programática. “Os partidos de esquerda devem defender um programa e fazer a educação popular. Não podemos acreditar que podemos reformar esse sistema. Ele não é reformável. É como querer reformar um prédio que está caindo.”

      Para o dirigente, o socialismo precisa voltar ao centro do debate político. “O socialismo deveria estar na propaganda dos partidos políticos de esquerda”, afirma, criticando a ideia de que seria possível resolver os problemas estruturais do país dentro dos marcos do sistema capitalista.

      Ao retomar a teoria marxista da ditadura do proletariado, Rui Costa Pimenta propõe um debate incômodo para muitos setores da esquerda institucional, mas, segundo ele, absolutamente necessário diante da crise civilizatória que se aprofunda. Em suas palavras: “Só o povo pode realizar o desenvolvimento nacional — não a classe dominante”. Assista: 

       

      ❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com [email protected].

      ✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.

      Rumo ao tri: Brasil 247 concorre ao Prêmio iBest 2025 e jornalistas da equipe também disputam categorias

      Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

      Cortes 247

      Relacionados