Real tem terceira maior queda frente ao dólar após tarifaço de Trump, mostra ranking
Moeda brasileira perdeu 5,1% do valor desde anúncio de medidas protecionistas dos EUA e só teve desempenho melhor que Líbia e Colômbia
247 - O real sofreu uma das maiores desvalorizações no mundo desde o anúncio do novo pacote tarifário dos Estados Unidos, apresentado pelo presidente Donald Trump na última quarta-feira (2). De acordo com levantamento da agência de classificação de risco Austin Rating, com base em dados do Banco Central do Brasil (BC), a moeda brasileira foi a terceira que mais perdeu valor frente ao dólar em um ranking que abrange 118 países, diz o g1.
Segundo a pesquisa, o real acumulou desvalorização de 5,10% até esta terça-feira (8), quando o dólar voltou a se aproximar da marca dos R$ 6. O ranking revela que 58 moedas se desvalorizaram frente à divisa norte-americana no período. O desempenho brasileiro foi superado apenas pelo dinar líbio, que teve uma queda de 13,2%, e pelo peso colombiano, com retração de 5,8%.
O dólar comercial encerrou a terça-feira (8) cotado a R$ 5,9973, enquanto a cotação da taxa Ptax, utilizada como referência pela Austin Rating, ficou em R$ 5,9362.
O levantamento também mostra que poucas moedas registraram valorização no período recente. Entre as exceções estão o franco suíço, com alta de 3%, e o iene japonês, que subiu 2% frente ao dólar.
A forte valorização do dólar globalmente decorre da turbulência provocada pela guerra comercial intensificada por Trump. Na semana ada, o presidente dos Estados Unidos anunciou um tarifaço sobre produtos de mais de 180 países e regiões, provocando forte instabilidade nos mercados e temor de uma recessão de alcance mundial.
Com o aumento da aversão ao risco, investidores globais migraram seus recursos para ativos considerados mais seguros, como os títulos do Tesouro americano (as chamadas Treasuries), fortalecendo ainda mais o dólar. Ao mesmo tempo, os mercados de ações vêm sendo duramente afetados. As bolsas dos EUA, da Europa e da Ásia registraram quedas acentuadas nos últimos dias. No Brasil, o Ibovespa acumulou quatro sessões consecutivas de baixa até esta terça.
A tensão entre as duas maiores economias do mundo aumentou ainda mais depois que a China anunciou uma tarifa retaliatória de 34% sobre produtos americanos. A medida foi uma resposta direta ao tarifaço de Trump, que impôs alíquota equivalente aos produtos chineses.
O presidente norte-americano, por sua vez, elevou ainda mais o tom e anunciou uma nova tarifa de 50% caso Pequim não recuasse. O ultimato dado por Trump expirou às 13h desta terça-feira, sem que a China atendesse à exigência.
Autoridades chinesas reagiram com firmeza, afirmando que não retirariam as tarifas e que estavam prontas para responder com novas medidas, embora tenham ressaltado que "em uma guerra comercial não há vencedores".
Sem acordo, os Estados Unidos colocaram em vigor, já nesta quarta-feira (9), a nova tarifa de 50% sobre produtos chineses. Com isso, a carga total de tarifas impostas pelos EUA à China chegou ao patamar de 104%, aprofundando o clima de incerteza no cenário econômico internacional.
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