Bolsas asiáticas e europeias recuam após alerta de gigantes de chips sobre impactos da guerra comercial
Setor de tecnologia lidera perdas na Europa após ASML e Nvidia apontarem efeitos negativos das tarifas impostas pelos EUA
247 - As bolsas europeias operam em queda nesta quarta-feira (16), após dois dias consecutivos de alta, pressionadas por alertas de gigantes do setor de semicondutores sobre os efeitos da guerra comercial entre Estados Unidos e China. As informações são da CNN Brasil.
Por volta das 7h05 (horário de Brasília), o índice pan-europeu Stoxx 600 registrava recuo de 0,76%, aos 504,22 pontos, com destaque negativo para o subíndice de tecnologia, que caía 2,2%. O movimento reflete a crescente preocupação dos investidores com o impacto das políticas tarifárias americanas, inicialmente implementadas durante o governo Donald Trump e que continuam afetando cadeias globais de fornecimento.
A holandesa ASML, referência mundial na fabricação de equipamentos para produção de chips, divulgou nesta manhã dados fracos de encomendas trimestrais e destacou que as tarifas impostas pelos Estados Unidos têm elevado a incerteza sobre suas projeções para este ano e o próximo. As ações da companhia recuavam 2,3% na Bolsa de Amsterdã.
Já a americana Nvidia, que na véspera informou prever um encargo de até US$ 5,5 bilhões devido a restrições às exportações de seus chips de inteligência artificial H20 para a China, despencou 6,31% no mercado after hours. O tombo refletia também no pré-mercado desta quarta-feira em Nova York. As medidas comerciais, segundo a empresa, vêm se intensificando em meio à escalada das tensões entre Washington e Pequim.
O pessimismo se estendeu também aos mercados asiáticos. O índice japonês Nikkei caiu 1,01%, pressionado pelas ações das fabricantes de semicondutores Advantest (-6,5%) e Renesas Electronics (-4,2%). Na Coreia do Sul, o Kospi recuou 1,21%, com a queda de 3,7% da SK Hynix, fornecedora da Nvidia. Taiwan também foi atingida: o Taiex caiu 1,96%, puxado pela TSMC, maior fabricante global de chips, que recuou 2,51%.
Em Hong Kong, o índice Hang Seng cedeu 1,91%, interrompendo uma sequência de seis sessões em alta, enquanto a Bolsa de Sydney caiu 0,04% na Oceania. A exceção ficou por conta da China continental, onde o Xangai Composto subiu 0,26%, impulsionado por dados econômicos positivos e avanço de ações locais do setor de chips, como Hygon (+2,7%) e SMIC (+1,8%).
A economia chinesa cresceu 5,4% no primeiro trimestre de 2025, superando a expectativa de 5,1%. As vendas no varejo e a produção industrial também vieram acima do projetado, o que amenizou parte das preocupações nos mercados locais.
Na Europa, além do setor tecnológico, o foco também recai sobre a inflação. O índice de preços ao consumidor (I) da zona do euro desacelerou para 2,2% em março, aproximando-se da meta de 2% do Banco Central Europeu (BCE), que poderá anunciar novo corte de juros nesta quinta-feira (17). Já no Reino Unido, o I caiu para 2,6%, mas ainda acima da meta do Banco da Inglaterra (BoE).
Às 7h19, as principais praças europeias registravam quedas: Londres recuava 0,34%, Paris 0,47%, Frankfurt 0,46%, Milão 0,55% e Madri 0,18%. Lisboa era a única entre as grandes a operar em alta, com avanço de 0,39%.
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