Ações europeias atingem máximas de quase três semanas com aparente alívio nas tensões comerciais entre EUA e China
Índice pan-europeu STOXX 600 fechou em alta de 1,8%
(Reuters) – As ações europeias subiram para o maior nível em quase três semanas nesta quarta-feira, impulsionadas pelos fortes lucros da SAP, maior fabricante de software da Europa, enquanto a redução das tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China elevou o sentimento dos investidores globalmente.
O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em alta de 1,8%. O índice de referência da Alemanha, o DAX, superou os pares locais com uma alta de 3,1%.
As ações da SAP dispararam 10,6%, marcando seu melhor desempenho diário em seis anos, após a empresa alemã superar as expectativas dos analistas para o lucro do primeiro trimestre. Isso impulsionou o setor de tecnologia europeu, que subiu 3,9%.
O subíndice de recursos básicos também se destacou, saltando 3,3%, com a alta nos preços de metais básicos como o cobre, em meio à diminuição das preocupações com as tensões comerciais entre EUA e China.
Uma fonte familiarizada com o assunto disse à Reuters que o governo Trump consideraria reduzir tarifas sobre produtos importados da China, dependendo das negociações com Pequim, acrescentando que qualquer ação não seria tomada unilateralmente.
Os comentários da fonte vieram após uma reportagem do Wall Street Journal afirmar que a Casa Branca está considerando cortar tarifas sobre importações chinesas para tentar reduzir as tensões.
O Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, também afirmou acreditar em uma possível redução das tensões comerciais entre EUA e China, embora tenha descrito as negociações futuras com Pequim como um "processo difícil" que ainda não começou.
"Os mercados estão realmente apostando que o pior não acontecerá e estão dando uma chance às negociações e à possibilidade de menos tarifas sendo implementadas", disse Amelie Derambure, gestora sênior de portfólio multiativos na Amundi.
"Esse é um fator importante que está impulsionando as ações nos EUA, e, como consequência, também as ações globais, incluindo as europeias."
A incerteza sobre as tarifas dos EUA continua obscurecendo as perspectivas para a saúde das empresas europeias. Segundo dados da LSEG IBES, as empresas europeias devem registrar uma queda de 3,5% nos lucros do primeiro trimestre — o pior desempenho em dois anos —, uma queda maior que os 3% projetados na semana anterior.
Os ativos de risco globais começaram a subir mais cedo no dia, após Trump declarar que não tinha planos de demitir o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, apesar de uma série de críticas por sua recusa em cortar os juros — o que colocou em xeque a autonomia do banco central dos EUA.
O índice do setor bancário europeu avançou 3,8%, mantendo a forte tendência da semana.
Por outro lado, a empresa de software bancário Temenos teve queda de 7,1%, o pior desempenho individual do dia, após ficar abaixo das expectativas de receita no primeiro trimestre.
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com [email protected].
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: