Secretário do Tesouro dos EUA aposta na redução das tensões entre EUA e China e prevê negociações difíceis
Governo estadunidense sinaliza que trégua pode estar próxima
247 - O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, sinalizou nesta terça-feira (22) a possibilidade de uma redução nas tensões comerciais com a China, embora tenha alertado que as negociações bilaterais ainda não começaram e exigirão “um trabalho árduo”. As declarações foram feitas durante uma conferência privada organizada pelo JP Morgan, em Washington, e divulgadas pela agência Reuters, com base em informações de uma fonte presente no evento.
Bessent caracterizou o atual cenário entre as duas maiores economias do mundo como “um embargo bilateral”, avaliando que “nenhum dos lados considera o status quo sustentável”. De acordo com a fonte ouvida pela Reuters, o secretário deixou claro que o governo do presidente dos EUA, Donald Trump, não busca a dissociação econômica com Pequim, mas sim uma reconfiguração das relações comerciais.
“Esperamos um grande e belo reequilíbrio: da economia da China em direção a mais consumo e da economia dos EUA em direção a mais manufatura”, afirmou Bessent, segundo relatos do encontro. Ele ponderou, no entanto, que ainda não está claro se o governo chinês está disposto a adotar esse novo rumo.
O secretário falou à margem das Reuniões de Primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, destacando o impacto potencial que um entendimento entre Washington e Pequim teria sobre os mercados globais. Com tarifas americanas de até 145% sobre produtos chineses e tarifas chinesas de 125% sobre produtos americanos, Bessent avaliou que esse cenário é “insustentável” e indicou que uma trégua pode estar próxima. “Uma redução da tensão deve acontecer em um futuro muito próximo”, afirmou, acrescentando que isso poderá representar “um suspiro de alívio” para os mercados.
As declarações de Bessent influenciaram positivamente os indicadores financeiros. Wall Street registrou forte alta após os comentários, revertendo a queda da véspera, provocada por críticas públicas do presidente Trump ao presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. Os principais índices de ações subiram mais de 2% durante o pregão da tarde.
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