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      Jeffrey Sachs: 'Brasil tem papel único no mundo multipolar e pode liderar transição verde'

      Economista defende protagonismo brasileiro na COP30 e elogia potencial do país como fornecedor global de biocombustíveis e energia limpa

      Jeffrey Sachs (Foto: Reuters)
      Guilherme Levorato avatar
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      247 - O economista norte-americano Jeffrey Sachs, um dos maiores especialistas mundiais em desenvolvimento sustentável, afirmou que o Brasil ocupa uma posição estratégica no cenário internacional e está diante de uma “oportunidade única” para liderar a agenda ambiental global. A declaração foi feita em entrevista ao jornal O Globo, durante sua agem pelo Rio de Janeiro nesta semana, onde participou de uma aula magna na PUC-Rio, organizada pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri).

      Diretor do Centro para o Desenvolvimento Sustentável da Universidade Columbia, Sachs destacou que o Brasil, ao sediar a COP30 e presidir o G20 e o BRICS num intervalo de apenas 12 meses, reúne as credenciais políticas e ambientais para exercer um protagonismo inédito. “O Brasil tem um papel único nesse novo sistema multipolar”, afirmou. Segundo ele, o país não apenas abriga a maior biodiversidade do planeta, como também tem experiência concreta em energia limpa, com potencial para liderar setores estratégicos na economia de baixo carbono.

      Brasil como motor da transição energética - Na visão de Sachs, a liderança ambiental brasileira a diretamente por sua capacidade de ofertar soluções energéticas sustentáveis ao mundo. “Só para mencionar um exemplo óbvio, o Brasil é o principal fornecedor mundial de biocombustíveis e será o principal fornecedor mundial de combustível de aviação com emissão zero no futuro. É um grande negócio para o Brasil”, afirmou.

      O economista defendeu que países que se anteciparem na adoção de políticas climáticas terão ganhos econômicos significativos. “Aqueles que agirem antes terão uma grande vantagem, vão ter uma base industrial adequada. Estarão mais protegidos do que os que esperarem ou forem negacionistas”.

      Nesse sentido, Sachs avalia que a China já assumiu a dianteira ao investir fortemente em tecnologias verdes, como veículos elétricos, turbinas eólicas e hidrogênio verde. O Brasil, segundo ele, tem condições de seguir caminho semelhante, combinando sua biodiversidade com conhecimento técnico e políticas públicas.

      A COP30 como divisor de águas - Para o economista, a COP30, que será realizada em Belém, no Pará, em 2025, pode marcar um novo momento de mobilização internacional, especialmente em razão do afastamento dos Estados Unidos do processo climático sob o governo de Donald Trump. “A COP30 é a primeira oportunidade para o restante do mundo dizer: ‘lamentamos sua saída temporária. Isso vai custar caro, pois vocês vão ficar cada vez mais para trás, mas nós não vamos desacelerar por causa do erro de vocês’”, declarou Sachs, em referência à política ambiental do presidente Donald Trump.

      Ele criticou duramente a decisão de Trump de retirar os EUA do Acordo de Paris e outros organismos multilaterais, como a Organização Mundial da Saúde, e classificou a postura do país como “equivocada”. Para Sachs, as ações do Brasil na COP30 podem demonstrar que existe um caminho global possível, mesmo sem a liderança norte-americana.

      Desafios internos e oportunidades externas - Apesar do potencial, Sachs reconheceu que o Brasil enfrenta entraves internos para consolidar seu papel ambiental. “Nem mesmo a proteção da própria biodiversidade é amplamente aceita dentro do país, por causa de grupos econômicos ou grupos políticos específicos”, advertiu. A afirmação se refere à disputa de interesses que ainda marca a agenda ambiental no Brasil, especialmente em setores ligados ao agronegócio e à mineração.

      Ainda assim, o economista acredita que o país pode superar essas divisões e liderar pelo exemplo. “O fato de o Brasil, num período de 12 meses, ter sido líder do G20, presidir o Brics e ser anfitrião da COP30, é ao mesmo tempo notável e um sinal do papel único que ele exerce no cenário global”, reiterou.

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