Cuba acusa embaixada dos EUA de fomentar crise diplomática visando romper relações entre os países
Portal Cubadebate acusa EUA de tentar "provocar uma crise bilateral que leve ao rompimento das relações diplomáticas restabelecidas em 2015"
247 - Reportagem publicada nesta segunda-feira (26) pelo portal Cubadebate, ligado ao governo cubano, a embaixada dos Estados Unidos em Havana estaria promovendo ações deliberadas para tensionar as relações diplomáticas entre os dois países. A publicação, segundo a RFI, denuncia que, sob comando de Mike Hammer, chefe da missão diplomática americana na ilha, os Estados Unidos estariam tentando “provocar uma crise bilateral que leve ao rompimento das relações diplomáticas restabelecidas em 2015”.
A crítica mais contundente recai sobre a atuação direta de Hammer, que chegou à capital cubana em novembro de 2024. Desde então, o diplomata tem mantido encontros com opositores do governo, ativistas de direitos humanos, mães de presos políticos e jornalistas independentes. De acordo com o Cubadebate, essas ações violariam a Convenção de Viena, além de contrariar os termos do acordo que reatou os laços diplomáticos entre Cuba e EUA durante o governo de Barack Obama.
Entre os nomes citados pelo portal como parte da agenda de Hammer estão figuras conhecidas da oposição cubana, como José Daniel Ferrer; Berta Soler, líder do movimento Damas de Branco; Guillermo Fariñas, ganhador do Prêmio Sakharov do Parlamento Europeu; e Martha Beatriz Roque, premiada com o título de Mulher de Coragem pelo governo dos EUA em 2024. As visitas, que ocorrem frequentemente em domicílios particulares, são divulgadas com fotos pela embaixada norte-americana na rede X (antigo Twitter), o que, segundo o governo cubano, reforça o caráter provocativo da missão diplomática.
Em um vídeo publicado recentemente pela representação americana, Hammer afirma que convida “todos os cubanos que desejam falar comigo a escreverem por e-mail”, alegando que essa prática é “muito importante para entender um país e seu povo”.
Ainda segundo a reportagem, o portal Cubadebate descreveu a atuação do diplomata como parte de uma “operação Hammer”, acusando o chefe de missão de ser “sem controle, um mensageiro de encomendas, um entregador de promessas e dinheiro em troca de servilismo e confronto com o governo”. Em editorial, o site afirma que tais atitudes fazem parte de um plano deliberado de “rarefação premeditada”, orquestrado com o apoio direto do secretário de Estado dos EUA, identificado como Marco Rubio.
Durante uma coletiva de imprensa em Miami, cidade marcada pela forte presença de grupos anticastristas, Hammer também foi alvo de críticas do governo cubano. O Cubadebate ironizou sua fala no evento, destacando uma de suas declarações. “O governo Trump terá uma política dura em relação a Cuba”, frase que, segundo o texto, seria “possivelmente sua única verdade”.
O portal ressalta ainda que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em seu segundo mandato iniciado em janeiro de 2025, intensificou a política de pressão contra Cuba, retomando medidas restritivas adotadas entre 2017 e 2021, durante seu primeiro governo.
Entre elas, a decisão de recolocar o país na lista de patrocinadores do terrorismo, desfeita pelo antecessor Joe Biden, foi revertida, comprometendo o o de Havana a investimentos e ao comércio internacional. Neste mês, Cuba também foi incluída em outra lista, a dos países que “não cooperam plenamente” com os esforços de combate ao terrorismo.
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com [email protected].
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: