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      Tecnologia chinesa transforma o deserto egípcio em área agrícola produtiva

      Projeto da empresa ZPEC, no âmbito da Iniciativa Cinturão e Rota, viabiliza cultivo de trigo, alfafa e beterraba em regiões antes estéreis do Egito

      Esta foto tirada em 3 de maio de 2025 mostra uma plataforma de perfuração de poços à noite no local do Projeto de Poço de Água de Owainat, no deserto da província de New Valley, Egito. (Foto: Sui Xiankai)
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      247 - A conversão de áreas desérticas do Egito em terras férteis tem ganhado contornos concretos com a atuação da empresa chinesa Zhongman Petroleum and Natural Gas Group (ZPEC). 

      Segundo reportagem da agência Xinhua, mais de 680 poços profundos já foram perfurados pela ZPEC em diversas regiões do país, permitindo que cultivos como trigo, alfafa e batata prosperem sob o sol do deserto.

      A operação integra um esforço do governo egípcio, intensificado desde 2015, para expandir a produção agrícola nacional e reduzir a dependência de importações alimentares. A iniciativa tem sido viabilizada por meio da cooperação com empresas chinesas, no contexto da Iniciativa Cinturão e Rota (BRI, na sigla em inglês), cuja atuação no Egito ultraa o campo da infraestrutura e se estende à agricultura, tecnologia e indústria.

      “Estamos tendo nossa primeira colheita de trigo este ano, e estamos muito felizes por cooperar com a empresa chinesa”, afirmou Abou-elKhier Ibrahim, responsável pelo setor Owainat do projeto agrícola Future of Egypt.

      Apenas na região de Owainat, no deserto ocidental egípcio, 63 poços com cerca de 450 metros de profundidade foram perfurados em menos de um ano, segundo Zhao Baojiang, gerente do projeto local da ZPEC. A operação enfrentou condições extremas de temperatura, tempestades de areia, dificuldades logísticas e solo de alta complexidade geológica.

      O trigo, base da alimentação no Egito, é estratégico para o país, que consome, em média, 146 kg per capita por ano, de acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Em Owainat, estima-se que cada feddan (0,42 hectare) possa produzir até três toneladas do grão. “A produção de cada feddan é suficiente para alimentar ao menos 20 egípcios por um ano”, destacou Zhao Wutao, gerente geral da ZPEC no Egito.

      A inovação tecnológica também foi determinante para o sucesso da operação. Em Minya, 360 km ao sul do Cairo, a empresa aplicou uma técnica conhecida como perfuração com espuma de ar, solução para os desafios geológicos da região. Segundo Abumesalam Mohamed Gouda, gerente de operações da ZPEC, o uso dessa tecnologia permitiu aumentar a eficiência e evitar colapsos durante a escavação.

      A fazenda da Canal Sugar Company, uma t venture entre Egito e Emirados Árabes Unidos, é uma das beneficiadas. Com 193 poços escavados pela ZPEC, foi possível irrigar cerca de 30 mil feddans (12.600 hectares). Em 2023, 22 mil feddans (9.240 hectares) foram cultivados com beterraba para produção de açúcar. “Isso não teria sido possível sem os poços da ZPEC”, afirmou Hassan Gamal, gerente técnico da fazenda.

      Além do impacto na produção agrícola, os projetos geraram empregos e transferiram conhecimento técnico à mão de obra local. Mohamed Gaber, por exemplo, começou como operário há cinco anos e hoje é gerente de plataforma. “Sempre me esforço para dar o meu melhor com o apoio dos colegas de equipe, e tenho orgulho de crescer em um time como este”, disse.

      Especialistas egípcios apontam que a cooperação sino-egípcia vai além do fornecimento de tecnologia e infraestrutura. Para Ahmed Galal, diretor do Instituto Superior de Cooperação Agrícola do Cairo, o impacto é direto: “Qualquer esforço na extração de água ou no aumento dos recursos hídricos leva a resultados positivos no desenvolvimento agrícola do Egito. Certamente esperamos que continue”.

      Outros projetos em curso entre Egito e China no âmbito da BRI incluem o Distrito Comercial Central da nova capital istrativa, uma cidade têxtil em Sadat City e a Zona Econômica de Cooperação China-Egito TEDA Suez, no porto de Ain Sokhna. Para o economista Waleed Gaballah, membro da Associação Egípcia de Economia Política, Estatística e Legislação, a China é cada vez mais vista como um “parceiro de desenvolvimento que contribui para a geração de empregos e a elevação do padrão de vida”.

      Segundo ele, a liderança chinesa em energia renovável, veículos elétricos e manufatura avançada pode transformar a realidade dos países participantes da BRI. “Oferecer o a essas tecnologias a um custo ível pode provocar uma mudança significativa na vida das pessoas”, avaliou.

      Galal concorda: “Esperamos mais investimentos chineses no país, porque esta parceria é, acima de tudo, mutuamente benéfica – uma situação de ganhos compartilhados e desenvolvimento conjunto”.

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