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      "Nossa relação é necessária, estratégica e baseada na igualdade", diz Dilma sobre a união China-CELAC

      Presidenta do NDB também afirmou que a China “coopera e respeita, não ameaça e não chantageia”, num contraponto direto ao imperialismo

      Dilma Rousseff discursa na abertura do Fórum China-CELAC (Foto: Brasil 247)
      Guilherme Paladino avatar
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      Por Guilherme Paladino e Leonardo Attuch, do Brasil 247 - Em discurso enfático na abertura da cúpula China-CELAC, realizada nesta terça-feira em Pequim, a presidenta do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), Dilma Rousseff, reafirmou a importância estratégica da aliança entre a China e os países da América Latina e do Caribe, destacando que essa relação é “necessária, estratégica e baseada na igualdade”. Em sua intervenção, Dilma fez uma defesa contundente da soberania regional e do multilateralismo, posicionando a China como uma alternativa concreta ao modelo de coerção imposto por potências tradicionais.

      “É uma grande honra participar dessa cúpula entre China e CELAC, justamente no ano em que celebramos o 10º aniversário do fórum”, afirmou a ex-presidenta do Brasil, relembrando o papel decisivo que desempenhou, em 2014, quando, à frente do Palácio do Planalto, sediou o lançamento do fórum em Brasília. “Naquele momento, ficou claro que nossa aproximação não era só desejável, mas estratégica”, declarou.

      Dilma destacou o papel histórico do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na criação da CELAC, apontando seu empenho pessoal em fortalecer a integração regional com base na autonomia, diversidade e igualdade entre as nações. “A CELAC nasceu sem patronos, com respeito à diversidade e com base na igualdade entre nossas nações”, frisou.

      China como contraponto ao hegemonismo

      Em sua fala, Dilma fez questão de traçar um contraponto entre a postura cooperativa da China e o comportamento coercitivo de outras potências globais. “A China coopera e respeita, não ameaça e não chantageia”, afirmou. Ela criticou o uso recorrente de tarifas, sanções e do dólar como instrumentos de coerção por parte de países que adotam uma agenda protecionista. “A guerra tarifária de agora levou esse processo a outro patamar”, completou.

      Dilma exaltou o compromisso da China com o desenvolvimento do Sul Global, sem hegemonismo ou imposições. Ressaltou ainda a visão do presidente Xi Jinping em defesa do multilateralismo e da cooperação internacional com base na construção de uma comunidade global de destino comum. “Sua ideia tem sido guiada por princípios concretos, sem impor condições, buscando sinergias entre nossos países e a iniciativa BRI”, disse.

      Caminho para o desenvolvimento da América Latina

      Para Dilma, a América Latina e o Caribe devem traçar seu próprio caminho de desenvolvimento, escapando da chamada “armadilha da renda média”. A resposta, segundo ela, está na reindustrialização com foco em geração de emprego, renda e inovação. “Paises que se industrializaram com sucesso contaram com o apoio do Estado, parceria com o setor privado e foco no desenvolvimento das pessoas”, explicou. “Hoje, os desafios são ainda maiores. A 4ª revolução industrial, a inteligência artificial e as exigências ambientais demandam inovação”, acrescentou.

      Ela defendeu que o desenvolvimento latino-americano esteja ancorado em conhecimento científico aplicado à produção. “A pesquisa deve se converter em soluções práticas de valor agregado, com geração de empregos e maior renda”, afirmou.

      O papel do NDB

      Ao falar sobre o Novo Banco de Desenvolvimento, instituição que preside desde 2023, Dilma destacou que o NDB é o primeiro banco multilateral concebido “por e para países emergentes”, voltado ao financiamento de projetos que promovam o desenvolvimento do Sul Global. “Compartilhamos a visão da BRI: desenvolvimento com soberania e sem condicionalidades”, declarou.

      Dilma informou que o NDB, em seus dez anos de existência, já promoveu investimentos que somam US$ 140 bilhões. Atualmente, 24% das operações do banco são realizadas em moedas locais, e 31% das captações também ocorrem fora do dólar, fortalecendo sua identidade como uma plataforma de cooperação Sul-Sul. “Estamos ampliando o número de membros e prontos para oferecer soluções eficazes às reais necessidades dos países membros”, concluiu.

      O discurso de Dilma Rousseff foi recebido com entusiasmo pelos líderes presentes na cúpula e reforçou o papel do Brasil como um dos principais articuladores de um novo paradigma de cooperação internacional baseado na igualdade, no respeito mútuo e na prosperidade compartilhada.

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