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      "China não aceitará o bullying dos Estados Unidos", diz Pepe Escobar

      Jornalista descreve como Pequim transforma a ofensiva protecionista de Trump em estímulo para fortalecer sua liderança global

      (Foto: Brasil247)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 – O jornalista e analista geopolítico Pepe Escobar publicou nesta segunda-feira (21), na Sputnik International, uma ampla análise sobre a resposta estratégica da China ao novo ciclo de tensões com os Estados Unidos, iniciado com a volta de Donald Trump à presidência. Segundo Escobar, a mensagem que ecoa de Xangai a Pequim é clara: “A China não aceitará o bullying dos Estados Unidos”.

      Em sua imersão na capital econômica chinesa, Escobar descreve encontros com intelectuais, empresários e acadêmicos que ilustram a confiança estratégica de Pequim diante das agressivas tarifas e sanções impostas por Washington. “Xangai está no centro de uma nova postura global, onde a China se posiciona como farol da resistência contra a coerção econômica”, afirma.

      Guerra comercial e resistência civilizacional

      Durante seminário na China Academy, em Xangai, Escobar debateu com o professor Zhang Weiwei – um dos maiores teóricos da China como Estado-civilização – sobre a parceria estratégica com a Rússia e a retórica hostil de Trump, apelidado de “Imperador das Tarifas”. Em um podcast acompanhado na redação da plataforma de análise Guancha, o coronel Wang Lihua, do Exército Popular de Libertação, citou palavras de Mao Tsé-Tung: “Fazer barulho, falhar, fazer barulho de novo, falhar novamente, até a destruição”.

      Wang foi incisivo: “Agora os Estados Unidos têm que confrontar a China e o mundo inteiro, e sua força claramente não é suficiente, então o fracasso é inevitável. Não temos medo de uma guerra prolongada, porque o tempo está do nosso lado”.

      China amplia alianças e reforça competitividade

      A guerra tarifária já gera efeitos em toda a Ásia. As cadeias de suprimento do Sudeste Asiático, duramente afetadas pelas medidas unilaterais dos EUA, provocaram um movimento de aproximação regional. A recente visita de Xi Jinping ao Vietnã, Camboja e Malásia fortaleceu a postura comum contra o que o chanceler Wang Yi chamou de “ações retrógradas”.

      No cenário multilateral, a China assume protagonismo nas reuniões preparatórias da cúpula do BRICS, marcada para julho no Rio de Janeiro. Segundo o Ministério da Agricultura do Brasil, o objetivo é reagir ao “protecionismo sem precedentes” de Trump, que já ameaçou impor tarifas de 150% aos países do bloco.

      Apesar das pressões, o compromisso de empresas americanas com o mercado chinês permanece. Em Pequim, Jensen Huang, CEO da Nvidia, comunicou pessoalmente ao governo chinês que sua empresa continuará atuando na China, mesmo diante das restrições à exportação de chips de inteligência artificial.

      Consumo em alta e inovação militar

      Enquanto os EUA falam em “crise”, a realidade em Xangai aponta para outro cenário. O aeroporto de Pudong bateu recordes de ageiros no primeiro trimestre de 2025. A Nanjing Road, uma das principais artérias comerciais do país, registra fluxo tão intenso que exige intervenção constante de forças de segurança. O aplicativo de e-commerce Taobao já ocupa o segundo lugar na App Store dos EUA.

      No campo militar, a China apresentou um novo tipo de bomba de hidrogênio não nuclear. Com apenas 2 kg, supera em quinze vezes a potência do TNT e atinge temperaturas superiores a mil graus Celsius – tudo isso sem uso de urânio ou plutônio.

      Visão de futuro e paciência estratégica

      Para Escobar, o “espírito de Xangai” representa a essência da nova estratégia chinesa: resistir à imposição de regras unilaterais, ampliar sua integração global e conquistar o que Xi Jinping define como “modernização nacional” e construção de uma “comunidade de futuro compartilhado”.

      “Xangai mostra que a China está pronta para ocupar um novo papel geopolítico. Trata-se de uma liderança pautada por paciência estratégica – algo que um império em crise, como os Estados Unidos de Trump, simplesmente não tem”, conclui Escobar.

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