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      Brasil e Angola concordam em elevar “a um novo patamar” relações estratégicas, diz declaração conjunta

      Visita de João Lourenço a Brasília consolida cooperação bilateral com acordos em energia, segurança, saúde, agricultura e governança climática

      Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante o encontro do Presidente da República de Angola, João Lourenço, com representantes de produtores rurais, no Palácio Itamaraty, em Brasília - DF - 23/05/2025 (Foto: Ricardo Stuckert / PR)
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      247 - Em nota divulgada oficialmente pelo Palácio do Planalto, nesta quinta-feira (23), Brasil e Angola reafirmaram o compromisso de aprofundar sua parceria estratégica e fortalecer os laços históricos, culturais e econômicos. 

      A declaração foi feita por ocasião da visita de Estado do presidente angolano João Manuel Gonçalves Lourenço, que esteve em Brasília para uma série de encontros com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O evento celebrou os 50 anos do início das relações diplomáticas entre os dois países, marcadas pelo reconhecimento imediato da independência angolana pelo Brasil, em 11 de novembro de 1975.

      Durante a visita, os chefes de Estado discutiram avanços em diversas frentes, am novos acordos bilaterais e reiteraram o papel central da cooperação Sul-Sul em áreas estratégicas. Lula reafirmou que “a África é uma prioridade da política externa brasileira” e destacou Angola como “parceiro natural do Brasil” no continente.

      Avanços nas áreas agrícola, educacional e de saúde

      A cooperação técnica no setor agrícola tem se concentrado no apoio à agricultura familiar e ao desenvolvimento de áreas irrigadas, especialmente na região do Vale do Cunene, em Angola. Também foi mencionada a entrega do estudo técnico do Canal do Cafu e o trabalho da CONAB em capacitações sobre políticas públicas.

      Na área da saúde, foi destacado o programa de formação de profissionais angolanos em universidades brasileiras. Em 2025, cerca de 300 já estão em formação no Brasil. No campo educacional, o projeto Escola de Todos capacitou 60 professores angolanos em atendimento educacional especializado e tecnologia assistiva ao longo de 2024.

      Combate à fome e segurança alimentar

      O presidente angolano elogiou a presidência brasileira no G20 e a inclusão inédita de Angola nas reuniões do grupo. Ambos destacaram o lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, liderada pelo Brasil, com Angola como membro fundador. Segundo a nota conjunta, a iniciativa “fortalece os esforços conjuntos para erradicar a fome e a pobreza, reduzindo desigualdades e promovendo a inclusão social”.

      João Lourenço também participou do II Diálogo Brasil-África sobre Segurança Alimentar, realizado em Brasília, e reiterou o potencial do agronegócio brasileiro para contribuir com a segurança alimentar do continente africano.

      Clima, BRICS e reforma da governança global

      Outro ponto central foi o fortalecimento da cooperação em questões climáticas. Os dois líderes defenderam que a COP30, a ser realizada em Belém em novembro, seja a “COP da virada”, com ações concretas nos pilares de mitigação, adaptação, financiamento, tecnologia e capacitação. Lourenço confirmou a participação angolana em alto nível no evento.

      Ambos reafirmaram a necessidade de transições energéticas inclusivas e íveis e defenderam maior representatividade dos países em desenvolvimento nas instâncias de decisão globais. Lula agradeceu o apoio reiterado de Angola à candidatura do Brasil a um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU.

      No plano regional, o presidente brasileiro reconheceu a atuação de João Lourenço como “Campeão da Paz e Reconciliação em África”, título concedido pela União Africana, e elogiou sua liderança à frente da presidência rotativa da organização continental.

      LP, Atlântico Sul e crimes ambientais

      Brasil e Angola também reforçaram a importância da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (LP) e defenderam a revitalização da Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (ZOPACAS), cuja próxima reunião ministerial será sediada pelo Brasil em 2026. A criação de um santuário de baleias no Atlântico Sul, tema defendido por ambos, foi outro ponto destacado.

      Os presidentes manifestaram preocupação com o crescimento dos crimes ambientais, como o tráfico de fauna e flora e a mineração ilegal, e defenderam a criação de protocolos globais vinculados à Convenção da ONU contra o Crime Organizado Transnacional.

      Coordenação política e assistência consular

      Para fortalecer os mecanismos de coordenação bilateral, os líderes anunciaram a realização, em breve, de novas reuniões das comissões mistas e de alto nível. Também foi destacada a abertura recente do Consulado-Geral do Brasil em Luanda, que deve facilitar a assistência à comunidade brasileira — a maior residente na África — e agilizar a concessão de vistos.

      Ao final da visita, o presidente João Lourenço agradeceu “a hospitalidade do governo e do povo brasileiros”.

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