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      Gripe chega mais cedo ao Brasil e preocupa especialistas com aumento de casos graves

      Dados recentes do boletim Infogripe, da Fiocruz, mostram crescimento acelerado do influenza A

      (Foto: Gilberto Marques/Governo do Estado de São Paulo)
      Laís Gouveia avatar
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      247 - A temporada de gripe deste ano no Brasil teve início antecipado, trazendo preocupações crescentes entre profissionais de saúde e autoridades sanitárias. Segundo o boletim Infogripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o número de hospitalizações por influenza, o vírus causador da gripe, apresentou um aumento significativo desde o começo de maio, atingindo jovens, adultos e idosos em várias regiões do país.

      Dados levantados em reportagem do jornal O Globo  mostram que a síndrome respiratória aguda grave (SRAG) causada pela influenza aumentou drasticamente em estados como Amazonas, com alta de 373% entre março e abril, e Santa Catarina, que registrou crescimento de 335% no mesmo período. São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro também apresentaram índices expressivos, confirmando uma disseminação acelerada do vírus.

      Entre as capitais, o Rio de Janeiro registrou um salto de 270% nas hospitalizações por influenza, Salvador 152%, e Curitiba, Belo Horizonte e Porto Alegre também observaram crescimento nos atendimentos e casos graves. O Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, e o Hospital Albert Einstein, em São Paulo, confirmam o aumento de internações e testes positivos para a gripe.

      O infectologista Celso Granato, diretor clínico do Grupo Fleury, ressalta que o aumento precoce da gripe é atípico:
      — “As regiões Norte e Nordeste têm uma dinâmica diferente. Como a temperatura é muito estável, as infecções respiratórias ocorrem o ano inteiro, sem muitas oscilações. Mas o que estamos vendo agora é um aumento geral e a gente não tem uma explicação muito clara para isso.”

      Entre as hipóteses para essa disseminação precoce estão variações do vírus, mudanças climáticas e, especialmente, a baixa adesão à vacina contra a gripe, que atinge somente 31,88% dos grupos prioritários, segundo dados do Ministério da Saúde — muito abaixo da meta de 90%. Para o médico infectologista Alexandre Naime Barbosa, chefe do Departamento de Infectologia da Unesp e coordenador científico da Sociedade Brasileira de Infectologia, a situação é preocupante:
      — “Esses grupos são justamente os mais vulneráveis às formas graves da doença e, paradoxalmente, estão entre os que menos estão se vacinando. Essa baixa cobertura reduz a proteção coletiva e facilita a disseminação do vírus nas comunidades.”

      Barbosa destaca ainda que a baixa adesão à vacinação resulta de vários fatores, entre eles a desinformação, as fake news, e a sensação equivocada de que a gripe é sempre uma doença leve:
      — “Essa falta de adesão se deve a uma combinação de fatores: desinformação, circulação de fake news, sensação equivocada de que a gripe é sempre uma doença leve, e uma percepção distorcida de risco, em que muitas pessoas acham que não vão se infectar ou que não precisarão se preocupar.”

      Quanto às vacinas disponíveis, o infectologista explica que tanto a vacina do SUS quanto as da rede privada seguem as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o Hemisfério Sul, mas diferem na composição: a vacina do SUS é trivalente, protegendo contra três cepas, enquanto a da rede privada costuma ser quadrivalente, incluindo uma cepa adicional do vírus influenza B. A eficácia da vacina varia entre 40% e 60%, mas é especialmente eficaz na prevenção das formas graves da doença.

      Desmistificando informações comuns, Barbosa assegura:
      — “A vacina contra a influenza não causa gripe. Ela é feita com vírus inativado, sem qualquer capacidade de provocar a doença.”

      Entre os sintomas da gripe estão febre alta, dor muscular e tosse, embora também tenham sido registrados casos com sintomas gastrointestinais, como diarreia e náusea. Grupos como crianças pequenas, gestantes, idosos e pessoas com comorbidades apresentam maior risco de desenvolver quadros graves, como pneumonia e síndrome respiratória aguda grave (SRAG), que podem levar a hospitalização e até morte.

      Além disso, a gripe pode desencadear complicações inesperadas, como o aumento do risco de acidentes vasculares cerebrais (AVC) e ataques cardíacos nos primeiros dias após a infecção. Por isso, a vacinação é recomendada não apenas para os grupos prioritários, mas também para a população em geral, sempre que possível.

      Em relação ao tratamento, o antiviral oseltamivir (Tamiflu) está disponível no SUS para casos graves ou pacientes de risco, desde que iniciado nas primeiras 48 horas do aparecimento dos sintomas. Para os demais, o cuidado consiste em repouso, hidratação e controle dos sintomas com antitérmicos e analgésicos.

      A Fiocruz e as redes hospitalares reforçam ainda a importância das medidas preventivas complementares, como o uso de máscaras em ambientes fechados, higiene das mãos e evitar aglomerações, para conter a disseminação do vírus.

      Recentemente, o Ministério da Saúde ampliou a recomendação da vacinação contra a gripe para todas as pessoas que procurarem as Unidades Básicas de Saúde (UBSs), independente do grupo prioritário, estratégia já adotada por estados como Amazonas, São Paulo, Bahia e Rio Grande do Sul, além do município do Rio de Janeiro, numa tentativa de frear o avanço precoce e intenso da doença.

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