window.dataLayer = window.dataLayer || []; window.dataLayer.push({ 'event': 'author_view', 'author': 'Redação Brasil 247', 'page_url': '/regionais/sudeste/mentiras-de-ronnie-lessa-abalam-delacao-no-caso-marielle-e-lancam-duvidas-sobre-condenacoes' });
TV 247 logo
      HOME > Sudeste

      Mentiras de Ronnie Lessa abalam delação no caso Marielle e lançam dúvidas sobre condenações

      Condenação por duplo homicídio em 2014 desmente versão dada por Lessa à PF e enfraquece investigação que sustenta acusação contra os irmãos Brazão

      Ronnie Lessa (Foto: Reprodução)
      Redação Brasil 247 avatar
      Conteúdo postado por:

      247 - Artigo publicado pelo jornalista Thiago Prado no jornal O Globo, nesta quarta-feira (28), destaca um ime grave no Judiciário brasileiro às vésperas do desfecho do caso que investiga o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Ronnie Lessa, ex-policial militar e autor confesso dos disparos que mataram Marielle, foi condenado na semana ada por outro homicídio — cometido em 2014 — cujos detalhes entram em contradição direta com sua delação premiada homologada em março de 2024.

      Na quinta-feira (23), o 3º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro condenou Lessa pelo assassinato do ex-policial André Henrique da Silva Souza, conhecido como Zóio, e da esposa dele, Juliana Sales de Oliveira. Em sua colaboração com a Justiça, Lessa assumiu a autoria do crime, alegando “desavenças pessoais” após Zóio ter se apropriado de recursos oriundos de caça-níqueis que o ex-PM controlava em Jacarepaguá. Mas a tese foi rejeitada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro e pelos sete jurados, que apontaram para a existência de um mandante: o ex-bombeiro e ex-vereador Cristiano Girão.

      Girão e Lessa: vínculo negado, evidências afirmadas - A contradição mais sensível reside no anexo V da delação de Lessa, em que ele nega qualquer contato com Girão, figura histórica do controle miliciano na Gardênia Azul. “Eu particularmente não conheço, não quero conhecer, não conheço seu tom de voz, não conheço sua altura, o que eu tenho dele é simplesmente informações de que ele é um cara arrogante”, afirmou Lessa ao delegado Guilhermo Catramby, durante depoimento na sede da Polícia Federal no Rio.

      Essa declaração, no entanto, foi frontalmente desmentida por depoimentos colhidos durante a investigação do duplo homicídio de 2014. Um ex-assessor de Girão e uma testemunha ocular do assassinato forneceram à Delegacia de Homicídios informações que indicam vínculo direto entre os dois. O delegado Moysés Santana Gomes, responsável pelo inquérito, concluiu: “restam claros indícios de que há pelo menos 7 anos Cristiano Girão utiliza os serviços de Lessa para executar seus inimigos”.

      Outros depoimentos corroboram essa conexão. Jorge Alberto Moreth, conhecido como Beto Bomba e ex-presidente da Associação de Moradores de Rio das Pedras, declarou à polícia que Lessa e Girão foram sócios em empreendimentos locais, como uma cooperativa de transporte e um campo de futebol.

      Nova luz sobre o caso Marielle - Relator do caso Marielle no Supremo Tribunal Federal, o ministro Alexandre de Moraes solicitou à Polícia Civil do Rio o envio de dois inquéritos — de números 1246 e 266 — que investigam possíveis mandantes alternativos ao apontado por Lessa. Em audiências recentes, o delegado Daniel Rosa, responsável por diligências iniciais no caso, afirmou ao STF que encontrou mais indícios contra Cristiano Girão do que contra os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, apontados na delação como mandantes do assassinato da vereadora.

      Daniel Rosa também investigou uma movimentação inusitada de Girão no dia da execução de Marielle: ele permaneceu durante dez horas em uma churrascaria na Barra da Tijuca. Outra informação relevante citada em depoimento foi uma busca feita por Lessa no Google pelo nome da filha do ex-deputado federal Marcelo Freixo, 15 dias antes do crime. Segundo Rosa, “a gente acreditou que a linha de investigação foi para matar o Marcelo Freixo”, reforçando a hipótese de que o assassinato de Marielle poderia ter sido motivado por vingança contra o parlamentar, que foi relator da I das Milícias em 2008 e abrigou Marielle em seu gabinete.

      PGR mantém foco nos Brazão, apesar de indícios paralelos - Mesmo com as novas revelações, a Procuradoria-Geral da República entregou há duas semanas as alegações finais do caso mantendo sua posição: pede a condenação dos irmãos Brazão e do delegado Rivaldo Barbosa, descartando qualquer envolvimento de Girão. O documento de 206 páginas ecoa o conteúdo do relatório final da Polícia Federal e da denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal em 2024.

      Apesar disso, cresce a percepção de que a delação de Ronnie Lessa, pilar central da acusação, carece de provas robustas para sustentá-la. 

      ❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com [email protected].

      ✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.

      Rumo ao tri: Brasil 247 concorre ao Prêmio iBest 2025 e jornalistas da equipe também disputam categorias

      Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

      Cortes 247

      Relacionados

      Carregando anúncios...
      Carregando anúncios...