Esposa de MC Poze do Rodo é alvo de operação contra lavagem de dinheiro ligada ao Comando Vermelho
Polícia Civil aponta envolvimento de Viviane Noronha em esquema de R$ 250 milhões do tráfico de drogas e armas
247 - Um dia após a Justiça do Rio de Janeiro conceder liberdade ao cantor MC Poze do Rodo, a Polícia Civil deflagrou uma nova etapa da investigação que envolve o Comando Vermelho (CV), desta vez mirando sua companheira, a influenciadora digital Viviane Noronha. A operação foi realizada nesta terça-feira (3) e visa desmantelar o núcleo financeiro da facção criminosa, que teria movimentado mais de R$ 250 milhões por meio de lavagem de dinheiro, informa a Folha de S. Paulo.
De acordo com a corporação, a estrutura financeira da organização criminosa utilizava pessoas físicas e empresas de fachada para ocultar a origem de recursos oriundos do tráfico de drogas e da aquisição de armamentos de uso . “O esquema criminoso utilizava pessoas físicas e jurídicas para dissimular a origem ilícita dos valores, promovendo o reinvestimento em fuzis, cocaína e na consolidação do poder territorial da facção em diversas comunidades”, afirma a nota oficial da Polícia Civil.
As diligências foram conduzidas simultaneamente nos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo, com mandados de busca e apreensão sendo cumpridos por equipes da Delegacia de Roubos e Furtos, da Delegacia de Repressão a Entorpecentes e do Departamento-Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro. Também foram expedidas ordens de bloqueio e indisponibilidade de bens e valores de 35 contas bancárias vinculadas a investigados.
Viviane Noronha, conhecida nas redes sociais como Vivi, ou a ser um dos principais alvos da investigação, conforme apurado pelos agentes. Segundo a Polícia, ela e sua empresa teriam recebido recursos financeiros do CV por meio de intermediários, com o propósito de ocultar a procedência ilícita dos montantes. Análises financeiras apontam que contas bancárias associadas à influenciadora foram abastecidas com dinheiro originado do tráfico e de operações de lavagem de capitais.
As autoridades indicam ainda que Vivi exercia uma função simbólica na engrenagem do crime organizado, atuando como ponte entre o universo do tráfico e o meio digital. A exposição nas redes sociais serviria, segundo a apuração, para conferir “aparente legitimidade a valores oriundos do crime organizado e ampliar o alcance da narcocultura nas plataformas digitais”.
Um dos principais nomes identificados como operador do esquema é Philip Gregório da Silva, conhecido como Professor, apontado como liderança do Comando Vermelho e principal comprador de armas da organização. Ele foi encontrado morto no último domingo (1º), após, segundo a Polícia, ter tirado a própria vida com um disparo na cabeça. A versão foi confirmada por uma testemunha que mantinha um relacionamento com ele e relatou que ele estaria emocionalmente abalado com o término da relação. Apesar de sua morte, os investigadores asseguram que o curso da operação não será interrompido.
A atuação do Professor também estaria ligada à realização de festas como o "baile da escolinha", evento descrito na investigação como ferramenta para o domínio territorial, difusão da narcocultura e arrecadação de recursos para o tráfico. Um restaurante situado em frente ao local do baile também está sob investigação, por suspeita de ser utilizado para lavar dinheiro da facção.
Outro alvo é uma produtora de bailes funk, suspeita de se beneficiar diretamente do esquema criminoso, tanto na movimentação de valores quanto na propagação da cultura associada ao tráfico. “As investigações revelaram que o responsável pela firma e a própria empresa figuram como destinatários diretos de recursos financeiros oriundos de operadores do Comando Vermelho, recebendo valores de pessoas físicas e jurídicas interpostas com o objetivo de ocultar a origem ilícita dos lucros do tráfico”, diz a Polícia Civil em comunicado.
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