Ceará e China têm nova rota marítima direta em um contexto de guerra comercial lançada pelos EUA
Para as exportações cearenses, o prazo diminuiu em 14 dias, um avanço especialmente relevante para produtos perecíveis, como carnes e frutas
247 - O Porto do Pecém, no Ceará, acaba de ganhar uma nova rota marítima para o transporte de mercadorias entre o Brasil e a China. De acordo com previsões oficiais, a novidade reduzirá pela metade o tempo de chegada de produtos importados ao estado — de 60 para 30 dias. Para as exportações cearenses, o prazo diminuiu em 14 dias, um avanço especialmente relevante para produtos perecíveis, como carnes e frutas. A informação foi publicada nesta quarta-feira (16) pelo jornal Folha de S.Paulo.
Anteriormente, os produtos asiáticos com destino ao Ceará chegavam ao Brasil pelo Porto de Santos (SP), percorrendo os oceanos Índico e Atlântico e contornando o Cabo da Boa Esperança, no sul da África. Com a nova rota, chamada Serviço Santana, as embarcações cruzam o Pacífico, am pelo Canal do Panamá e chegam ao Pecém em pouco mais de 30 dias.
A rota foi anunciada em um contexto de guerra comercial entre os governos de Donald Trump (EUA) e China. Atualmente, os Estados Unidos aplicam tarifas de até 145% sobre produtos chineses, enquanto a China impõe taxas de 125% sobre importações norte-americanas.
Detalhes da nova rota
Operada pela MSC em parceria com a PAM Terminals, a rota a por quatro portos chineses (Yantian, Ningbo, Qingdao e Shanghai) e por Busan (Coreia do Sul) antes de seguir para Cristóbal (Panamá) e, finalmente, chegar ao Pecém. Depois, as embarcações descem o litoral brasileiro, com escalas em Suape (PE), Salvador (BA) e Santos (SP), antes de retornar à China via Cingapura.
Segundo Max Quintino, presidente do Complexo do Pecém, entre os produtos importados mais beneficiados estão combustíveis minerais, ferro, minério, maquinário, materiais elétricos e plásticos. Já nas exportações, destacam-se castanha de caju, cera de carnaúba, frutas, carnes, mármore, granito, calçados, têxteis e produtos de e-commerce.
A nova rota também impulsionará o Polo Automotivo do Ceará, que deve iniciar a montagem de veículos — especialmente elétricos de marcas chinesas — em novembro deste ano. O empreendimento, localizado na região metropolitana de Fortaleza, receberá investimentos de R$ 2,5 bilhões.
Oportunidades para o mercado asiático
André Magalhães, diretor comercial do Complexo do Pecém, ressalta o potencial do mercado asiático. “O mercado asiático é realmente vasto, com uma população de cerca de 2 bilhões de pessoas. Isso representa uma oportunidade incrível para conectarmos nossos produtos nordestinos com a Ásia e vice-versa. Desde granito, mármore, castanha de caju, cera de carnaúba, frutas, calçados e têxteis, até milhares de produtos de e-commerce, por exemplo. Além disso, as indústrias do Ceará e toda a sua área de influência poderão importar maquinário e insumos desse mercado asiático promissor através do Pecém.”
A nova rota fortalece o Porto do Pecém como um hub logístico estratégico, ampliando a integração comercial entre o Nordeste brasileiro e a Ásia.
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