Ibaneis defende presença do setor privado na solução para o Banco Master
Governador do DF afirma que atuação privada facilita aprovação do Banco Central e projeta salto nos dividendos do BRB com a operação
247 – Em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, defendeu que parte da solução para a reorganização do Banco Master envolva diretamente o setor privado. A proposta de aquisição de 58% do capital total do banco pelo Banco de Brasília (BRB), estatal controlada pelo GDF, inclui a exclusão de ativos de alto risco, como precatórios, que estão sendo negociados à parte. Para Ibaneis, essa divisão de responsabilidades torna a operação mais viável: “É importantíssimo que o setor privado esteja presente. Sem dúvida nenhuma, isso facilita a aprovação pelo Banco Central”, afirmou. Ele também destacou o empenho do presidente do BC, Gabriel Galípolo, para destravar o processo: “Está empenhado em arrumar uma solução o mais rápido possível”.
A aquisição pelo BRB contempla 49% das ações ordinárias e parte dos ativos considerados estratégicos, como o cartão de crédito privado, o banco digital Will Bank e o Credcesta, voltado a servidores públicos e aposentados. Os precatórios, por sua vez, foram deixados de fora da proposta e estão sendo negociados separadamente com instituições privadas. “O que eu vi foi um movimento do dono do Banco Master de ele mesmo capitalizar o banco para ficar com a parte que o BRB não ficou”, relatou Ibaneis.
O mercado financeiro acompanha a operação com atenção, especialmente por conta da complexidade da carteira de ativos do Master, que inclui precatórios e direitos creditórios com baixa liquidez. Auditorias e análises estão em andamento, e há expectativa de que a decisão final do Banco Central possa ser anunciada em breve. Segundo o Estadão, caso a parte deixada de fora da negociação seja capitalizada por um banco ou fundo, os lucros poderão ser compartilhados com os sócios da operação.
Ibaneis afirmou ter sido consultado durante o processo, mas negou interferência política. “O Paulo (Henrique Costa, presidente do BRB) sempre me falava o que estava acontecendo. Eu entendo muito pouco dessa questão de banco, de mercado financeiro, mas ele sempre deixou muito claro para mim quais os ele estava adotando. Agora, a decisão foi de mercado realmente", declarou o governador.
A proposta também tem gerado repercussão no meio político, em meio às movimentações para a sucessão ao governo do DF em 2026. Enquanto Ibaneis planeja disputar uma vaga no Senado, sua vice, Celina Leão (PP), articula sua candidatura ao governo.
Com a compra parcial do Master, Ibaneis projeta um salto nos dividendos pagos ao Distrito Federal: “A estimativa é que a distribuição suba de R$ 260 milhões para R$ 1 bilhão por ano. Para nós aqui no DF, enquanto banco público, é muito importante essa aquisição porque nos dá uma oportunidade de crescer no mercado, atingindo outros campos que o BRB ainda não atende hoje”.
O governador também revelou que tem atuado para fortalecer o BRB por meio de articulações junto ao Poder Judiciário, atraindo folhas de pagamento e depósitos judiciais. “Conheço todo mundo”, disse ele, referindo-se à sua longa trajetória na advocacia, com mais de 30 anos de experiência.
Por fim, Ibaneis considerou que os esclarecimentos prestados à imprensa e ao mercado foram suficientes para acalmar os ânimos. “Toda a documentação foi apresentada, o Paulo Henrique deu muitas entrevistas explicando como foi a negociação. Acho que isso tranquilizou o mercado e agora chegou o momento de aguardar essa análise do Banco Central”, concluiu.
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