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      Presidente do BRB vê preconceito nas críticas sobre a aquisição do Banco Master

      Com essa compra, a instituição aria a ser uma das 10 maiores do País, o que teria contrariado setores do mercado

      Paulo Henrique Costa, presidente do BRB (Foto: Evandro Macedo / Lide)
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      Por Joaquim de Carvalho, Brasil 247 - O presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, disse ter certeza de que a compra do Banco Master pelo BRB pode se tornar um bom negócio para os acionistas da sua instituição. Afirmou também que as críticas à aquisição parecem estar conectadas ao preconceito. “Algumas instituições não receberam bem a notícia de que um banco público do Centro-Oeste pode se tornar uma das dez maiores instituições financeiras do Brasil", declarou.

      Paulo Henrique Costa usa o verbo poder porque a aquisição não está consolidada. Ainda há auditoria em andamento e condições que precisam ser atendidas. A principal delas é que o controlador do Master terá de aportar 2 bilhões de reais na instituição. Para ficar com 58% das ações do Master, o BRB pagará 2,01 bilhões. E, ao final do processo de aquisição, o valor do negócio será de R$ 1 milhão, considerando o aporte de 2 bilhões.

      Funcionário de carreira da Caixa Econômica Federal, Costa assumiu a presidência do BRB em janeiro de 2019. Em sua gestão, o número de correntistas saltou de 600 mil para mais de 9 milhões. Parte dessa expansão se deve a uma estratégia de marketing, que teve como principal ação o contrato de publicidade com o Flamengo, clube de maior torcida no Brasil.

      Também houve uma grande expansão da carteira de crédito, inclusive no setor rural e imobiliário. Até 2019, os esforços estavam concentrados no crédito consignado, em razão da folha de pagamento do Governo do Distrito Federal, seu controlador. 

      No ano ado, o BRB teve lucro líquido de R$ 282 milhões, o que representou aumento de 40,9% em relação a 2023.

      A aquisição do Master pelo BRB ainda não foi autorizada pelo Banco Central e o Ministério Público Federal informou que abriu investigação preliminar sobre o contrato entre o BRB e o Master.

      A seguir, os principais trechos da entrevista:

      O que efetivamente o BRB ganha com essa aquisição do Banco Master? 

      O BRB ganha o a novos segmentos de produtos e clientes, complementando o seu portfólio, aumentando a capacidade de competir nos negócios de mercado de capitais, câmbio, cartão de crédito consignado, médias e grandes empresas e banco digital. 

      O BRB a a ter o a uma tecnologia que hoje ele não dispõe de banco digital, de sistemas de inovação e de atuação nesses segmentos. O BRB fortalece a sua estrutura de capital e a a ter o a recursos especializados, tendo um braço privado na sua atuação que permite que sejamos mais competitivos nesses negócios que eu acabei de mencionar.

      Essa estratégia de diversificação, de complementaridade, de busca do relacionamento, de primeiro relacionamento, o que a gente chama de principalidade com o nosso cliente, é chave para que o BRB possa competir no futuro em segmentos que hoje ele não atua. Esse banco, em sendo autorizado pelos órgãos reguladores, a a ser o nono maior banco brasileiro em carteira de crédito, agregando solidez, agregando estrutura de capital, governança, liquidez e portfólio completo de produtos e serviços para competir de igual para igual com qualquer outra grande instituição financeira brasileira. 

      Qual é a posição do BRB hoje?

      Hoje nós somos o 16º maior banco brasileiro em carteira de crédito e no final de 2018, quando a gente iniciou esse processo de transformação, era o 35º.

      O Banco Master foi conhecido por pagar taxas muito acima da média de mercado, isso para contratos CDBs. Até 140% do CDI. Como é que o BRB vai honrar esses contratos? Vai pagar tudo isso? Onde vai buscar recursos para poder pagar contratos tão generosos ou CDBs tão generosos? 

      O modelo de negócio que foi construído para esse novo banco, com essa diversificação, com atuação, é capaz de demonstrar em todas as nossas projeções, em todos os nossos cenários, a capacidade de honrar e pagar esses CDBs. No tempo, à medida que esses CDBs forem vencendo, eles serão substituídos por novas emissões e novas fontes de liquidez que o BRB dispõe, inclusive os próprios CDBs, a taxas mais baixas. São as taxas que o BRB pratica hoje, e é equivalente a de outros grandes bancos brasileiros.

      Entendo, mas o que eu pergunto é o seguinte: Para pagar essa taxa, sairão recursos que hoje são do BRB ou do próprio banco que está sendo adquirido? 

      Esses recursos virão da própria operação do dia a dia do novo banco. O BRB, nos últimos anos, ampliou a sua capacidade e seu volume de captações de 12 bi para 54 bilhões.

      Esse novo banco vai ter 100 bilhões em captações diversificadas e mais baratas. Ou seja, essa nova instituição, essa nova estrutura, que se mostrou até agora capaz de cumprir todas as obrigações, mostra nos nossos cenários e no nosso plano de negócios que sim, que vai continuar sendo capaz. 

      O que explica essa evolução tão grande, essa valorização tão grande das ações do BRB após a notícia de aquisição do Master? Seria manipulação ou efetivamente o mercado está percebendo como um bom negócio para o BRB? 

      Esse é um primeiro movimento do mercado, eu acho que serve sim de temperatura para como essa operação foi recebida do ponto de vista dos investidores, mas é preciso a gente entender que essa valorização tende a se acomodar ao longo do tempo.

      O economista José Luis Oreiro, professor da Universidade de Brasília e muito respeitado, diz que o Banco Master teria praticado gestão temerária, não fraudulenta, temerária. O que o senhor acha? 

      Eu acho que o Banco Master tem seus méritos em ter conseguido se posicionar e crescer nos últimos anos. O modelo de atuação e de negócios que a gente propõe para esse novo Banco Master integrado à atuação do BRB é um modelo diferente, um modelo que se parece muito mais com o próprio modelo do BRB hoje.

      Um modelo de menor risco, um modelo de mais liquidez, um modelo em que a gente busca ser um banco completo e atuar construindo relações de longo prazo com nossos clientes, buscando ser o principal banco de relacionamento de cada um.

      O fato de que o BRB vai pagar 2 bilhões e 1 milhão de reais e que haveria outra instituição financeira (BTG Pactual) que pretendia pagar R$1,00, como é que o senhor interpreta isso? 

      A informação foi desmentida pela outra instituição financeira (BTG). Difícil emitir opinião sobre uma proposta que, em tese, nunca existiu.

      Segundo as notícias já publicadas, o Banco Master receberia  esses 2 bilhões e 1 milhão e ainda teria um assento no Conselho do BRB. Essa informação foi publicada, isso é verdadeiro?

      A governança que está estabelecida nesse momento e que consta do nosso contrato de compra e venda, que ainda está sujeito à aprovação pelos órgãos reguladores, é de que o BRB, ao adquirir as ações, entra na governança do Banco Master, a a ter metade menos um dos assentos no Conselho de istração, na diretoria, no Conselho Fiscal e no Comitê de Auditoria e o Daniel (Vorcaro, controlador do Master), nesse momento, a a ser conselheiro do Banco Master.

      Não do BRB? 

      Não do BRB. 

      O senhor está seguro desse negócio? Considere-se que o crescimento do BRB nos últimos anos, sob sua gestão, foi muito expressivo. Não estaria arriscando sua reputação ao se associar a um banqueiro que já foi retratado em reportagens como um banqueiro que gosta de ostentar?

      Nós estamos sendo bastante diligentes, procuramos envolver auditores e empresas experientes na análise e a própria equipe do BRB. Estamos trazendo e analisando os ativos que fazem sentido para essa estratégia do BRB. 

      E, na verdade, o preço que o BRB vai pagar é R$ 1 milhão, é isso? 

      O preço negociado é 75% do patrimônio líquido ajustado, que, na data base de dezembro, seria aproximadamente de R$ 2 bilhões e R$ 1 milhão. E uma das condições precedentes é que o Banco Master faça uma aporte de capital de R$ 2 bilhões antes da própria entrada do BRB. Portanto, o preço seria R$ 1 milhão.

      Acho que a gente precisa fazer uma série de contas relacionadas a isso, inclusive olhar o fluxo de caixa que a gente discutiu, que o BRB não está nem pagando à vista. Mas nesse movimento, sim, o valor remanescente seria R$ 1 milhão. 

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