Acordo articulado por Gleisi foi crucial para encerrar greve de fome de Glauber Braga na Câmara
A movimentação de Gleisi, uma das principais articuladoras políticas do governo Lula, foi feita de forma reservada
247 - O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) decidiu encerrar, nesta quinta-feira (17), a greve de fome que mantinha desde o último dia 9 nas dependências da Câmara dos Deputados. O desfecho do protesto envolveu um telefonema da ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), em busca de um entendimento que evitasse a cassação do parlamentar. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
A movimentação de Gleisi, uma das principais articuladoras políticas do governo Lula, foi feita de forma reservada para evitar desgastes com a base aliada no Congresso. A ministra visitou Glauber no sábado (12), ao lado do ministro da Secretaria de Comunicação, Sidônio Palmeira, e do líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ). Durante o encontro, ela prometeu procurar o presidente da Casa, o que foi feito nos dias seguintes.
Glauber estava em greve de fome desde que o Conselho de Ética da Câmara recomendou, por maioria, a cassação de seu mandato por conduta agressiva contra um militante do Movimento Brasil Livre (MBL), episódio ocorrido em abril de 2024. Na ocasião, o deputado psolista expulsou o manifestante com chutes e empurrões do interior do Congresso.
O protesto, que envolveu riscos à saúde do parlamentar, gerou mobilização entre seus aliados e atraiu atenção de membros do governo. A sinalização de Motta de que o processo de cassação será suspenso por 60 dias, empurrando uma eventual votação para o segundo semestre, foi suficiente para que Glauber decidisse interromper a greve.
A estratégia agora, segundo aliados, é trabalhar nesse intervalo para evitar a votação do caso no plenário ou, se inevitável, garantir que a punição aplicada seja mais branda, como uma advertência formal ou suspensão temporária do mandato.
A cassação, caso venha a ocorrer, seria inédita: Glauber se tornaria o primeiro deputado federal a perder o mandato por conta de uma agressão. A situação revela os atritos constantes entre o parlamentar e o centrão, grupo com o qual mantém enfrentamentos frequentes no plenário e nas articulações internas da Câmara.
O gesto de Gleisi Hoffmann ao intervir discretamente para buscar um acordo que preservasse o mandato de Glauber foi considerado importante para conter danos políticos e institucionais maiores.
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