Gleisi tranquiliza PDT: “presunção de inocência de Lupi permanece”
"Se não tem nada que o envolve, não tem motivo para ser afastado”, disse a ministra sobre o titular da pasta da Previdência em relação ao escândalo do INSS
247 - A ministra da Secretaria das Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, saiu em defesa do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), nesta quarta-feira (30), em meio às investigações sobre fraudes bilionárias no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Em entrevista à GloboNews, Gleisi afirmou que não há qualquer investigação formal contra Lupi e que, por isso, não há motivo para afastá-lo do cargo.
"Não tem nada contra o Lupi no inquérito. O presidente é sempre muito cauteloso em relação à presunção de inocência. Então, se não tem nada que o envolve, não tem motivo para ser afastado. Ele está se defendendo, e obviamente, se tiver alguma coisa que no futuro venha a envolvê-lo, não só ele, como qualquer outro ministro, será afastado", afirmou Gleisi.
As delaçãoes da ministra foram feitas na esteira das afirmações do líder do PDT na Câmara dos Deputados, Mário Heringer (MG), que no início da semana declarou que, caso o presidente Lula opte pela demissão de Lupi, o partido considerará essa decisão como a sua própria demissão. “Na minha opinião, se Lupi for demitido, acho que ele [Lula] estará demitindo o partido. O partido não tem que colocar substituto de maneira alguma”, afirmou Heringer na ocasião.
Ela também esclareceu que a escolha do novo presidente do INSS será uma decisão pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e não do titular da Previdência. A presidência do INSS ficou vaga após a demissão de Alessandro Stefanutto, que havia sido afastado por decisão judicial e depois oficialmente exonerado por Lula.
O escândalo levou à suspensão de todos os descontos associativos nos benefícios pagos pelo INSS. De acordo com as investigações, os aposentados e pensionistas tiveram valores descontados de seus benefícios como se fossem associados a entidades, mesmo sem terem dado qualquer autorização. Ao todo, onze dessas entidades foram alvo de medidas judiciais.
Segundo a PF e a CGU, o total de descontos realizados entre 2019 e 2024 chega a R$ 6,3 bilhões. A apuração busca identificar qual parte desse montante foi efetivamente obtida de forma ilegal.
Questionada sobre a articulação de parlamentares da oposição para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (I) com o objetivo de investigar o caso, Gleisi disse que o governo não se opõe à iniciativa. “O problema começou exatamente no governo deles”, comentou.
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