Defesa de Braga Netto descarta delação premiada e pede depoimento imediato à PF
Advogado critica delação de Mauro Cid, descarta acordo e afirma que general está disposto a colaborar para esclarecer acusações na investigação da PF
247 - A nova defesa do general Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil durante o governo Bolsonaro, afirmou que ele está “sereno” diante das acusações de obstrução de Justiça e pediu para depor “imediatamente” à Polícia Federal (PF), aponta reportagem do jornal O Globo. O advogado criminalista José Luís de Oliveira Lima, conhecido como Juca, assumiu a defesa do general a pedido de sua família e descartou a possibilidade de acordo de delação premiada.
Braga Netto foi preso no último sábado (14) por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sob suspeita de atrapalhar as investigações sobre uma suposta trama golpista para manter Jair Bolsonaro no poder. Ele foi indiciado ao lado de outras 36 pessoas, incluindo o ex-presidente Bolsonaro e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens.
“O general está sereno, lógico que desconfortável com a situação atual. Ele respeita o Judiciário e tem confiança de que sua inocência será provada, tanto que pediu para depor imediatamente”, declarou Oliveira Lima. Segundo ele, a estratégia de defesa será esclarecer as acusações o mais rápido possível.
Uma das principais linhas da defesa será questionar as declarações de Mauro Cid, que em acordo de delação premiada implicou Braga Netto em um suposto plano golpista. Cid afirmou que o general participou de uma reunião em sua casa com militares de elite do Exército para discutir o golpe e teria reado uma sacola com dinheiro para financiar ações ilícitas.
“O acordo de Mauro Cid consegue ser pior do que as piores ilegalidades da Lava Jato. Seu depoimento deveria ter sido rescindido faz tempo. Ele muda de versão a todo momento. É uma ficção que, no momento oportuno, será desmascarada”, criticou o advogado. “Ele é um homem desesperado que, para não pagar pelos seus erros, imputou condutas inexistentes ao general Braga Netto.”
Oliveira Lima também indicou que poderá questionar a posição de Alexandre de Moraes como relator do inquérito. Segundo investigações da PF, o ministro seria um dos alvos a serem “neutralizados” no suposto plano golpista.
“O STF já se manifestou sobre essa questão, e vamos abordar o tema nos autos e no momento oportuno”, disse o advogado, referindo-se à decisão recente do plenário do Supremo que rejeitou um pedido da defesa de Bolsonaro para afastar Moraes do caso.
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