Maria Elisa Curcio: Latam dará contribuição decisiva para a descarbonização

247 – Durante a celebração do Dia da Indústria no BNDES, realizada com apoio do Brasil 247, da TV 247 e da Agenda do Poder, Maria Elisa Curcio, diretora da Latam Airlines, defendeu o papel estratégico da aviação civil no desenvolvimento nacional e apresentou os compromissos da companhia com a agenda da descarbonização. 

“É uma honra estar presente nesse evento, especialmente para falar sobre a indústria”, iniciou a executiva, ressaltando o ineditismo de ver representantes da aviação de transporte participando de debates voltados à indústria. “Normalmente somos associados ao turismo, mas a manutenção, a operação e o desenvolvimento tecnológico mostram que também fazemos parte da cadeia industrial”, disse.

Referência latino-americana e solidez financeira

Curcio destacou que a Latam é hoje a companhia aérea mais longeva da aviação civil brasileira e líder também no setor de transporte de cargas. “Temos orgulho do nosso centro de manutenção em São Carlos, o maior da aviação civil na América do Sul”, afirmou. O espaço é considerado estratégico para o desenvolvimento de tecnologia e inovação em manutenção aeronáutica.

Ela ressaltou a recuperação financeira da empresa e a expansão dos investimentos. “Encerramos o primeiro trimestre de 2025 com lucro líquido recorde de 355 milhões de dólares como grupo”, informou. Atualmente, o grupo opera com mais de 350 aeronaves, sendo mais de 250 delas no Brasil.

Segundo a diretora, o apoio do atual governo tem sido fundamental para ampliar rotas e fortalecer o papel da empresa como elo entre o Brasil, a América do Sul e o mundo. “O ministro Lewandowski nos lembrou que isso é uma missão constitucional, e de fato é: a integração regional está prevista no artigo quarto da Constituição”, pontuou.

Descarbonização como missão estratégica

Maria Elisa Curcio afirmou que a Latam tem assumido o protagonismo no enfrentamento às mudanças climáticas. “Há cinco anos, firmamos o compromisso público de compensar emissões e adquirir SAF (combustível sustentável de aviação) como parte da nossa estratégia de descarbonização”, destacou. Segundo ela, embora a aviação contribua com 2% a 3% das emissões globais de carbono, esse percentual exige responsabilidade e ação.

A executiva reforçou que o Brasil pode se tornar potência mundial na produção de SAF. “Assim como o Oriente Médio está sentado sobre um barril de petróleo, o Brasil está sobre um barril de SAF. É nossa missão desenvolver essa indústria”, declarou. Para isso, a Latam investe em dois pilares principais: a compensação por meio do mercado de carbono e o fomento à produção do combustível sustentável.

Desafios regulatórios e a COP 30

Curcio destacou o papel central da COP 30, que será realizada em Belém, como espaço fundamental para harmonizar regras globais sobre carbono. “Acreditamos que a COP 30 será a melhor de todos os tempos, e é uma oportunidade de fazer valer o papel do Brasil como líder ambiental”, disse.

Ela alertou, no entanto, para os riscos de o país ficar à margem do mercado internacional de carbono por falta de regulamentação compatível com os padrões internacionais. “Precisamos garantir que nossos créditos de carbono sejam aceitos na Europa, nos Estados Unidos, que tenham valor de mercado”, afirmou, defendendo convergência com as regras da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI).

A diretora elogiou a atuação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) e do Ministério das Relações Exteriores, que têm dado atenção às necessidades específicas da aviação. “A regulação do mercado de carbono não pode ser um gargalo para o desenvolvimento da aviação civil brasileira”, completou.

Com sua fala, Maria Elisa Curcio reafirmou o papel da Latam como protagonista da aviação sul-americana e deixou claro que inovação, sustentabilidade e articulação institucional são os vetores que vão garantir que a companhia continue conectando o Brasil ao mundo — com responsabilidade ambiental e compromisso industrial. Assista: