Zelensky diz que fechou uma parceria "entre iguais" com os Estados Unidos
Segundo o presidente ucraniano, o texto do acordo com a istração Trump “mudou significativamente” ao longo das negociações
247 - O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou nesta quinta-feira (1) que o acordo econômico de seu governo com os Estados Unidos se classifica como uma “parceria entre iguais”. A declaração foi feita por meio de uma publicação na rede social X (ex-Twitter), um dia após a formal do pacto em Washington por autoridades dos dois países.
“Temos um acordo. Ele foi assinado e será submetido à Verkhovna Rada [Parlamento ucraniano] para ratificação. Estamos interessados em que não haja atrasos nesse processo”, afirmou Zelensky, que exaltou o resultado como fruto do trabalho conjunto das equipes de Kiev e Washington.
Segundo o presidente, o texto do acordo “mudou significativamente” ao longo das negociações e hoje representa “uma verdadeira parceria de igualdade — que cria oportunidades para investimentos substanciais na Ucrânia, assim como para uma modernização significativa das indústrias e, igualmente importante, da legislação ucraniana”.
O pacto cria um fundo de reconstrução que, segundo Zelensky, não implica dívida para o país e prevê retorno dos investimentos dentro do próprio território ucraniano. “Isso significa trabalho conjunto com os Estados Unidos com base em termos justos, permitindo que tanto a Ucrânia quanto os EUA — que nos apoiam em nossa defesa — possam lucrar com essa parceria”, escreveu o líder ucraniano.
Zelensky também relacionou a do acordo a uma reunião que teve com o presidente dos EUA, Donald Trump, no Vaticano. “Na verdade, este é o primeiro resultado tangível daquele encontro, o que o torna histórico. Estamos ansiosos por outros desdobramentos daquela conversa — foi uma reunião significativa, e o presidente Trump e eu usamos cada minuto da melhor maneira possível. Agradeço a ele por isso. E agradeço novamente às nossas equipes — ucraniana e americana”, completou.
Apesar do tom positivo adotado pelo presidente ucraniano, o conteúdo do acordo tem gerado controvérsias. O pacto, por exemplo, oferece aos Estados Unidos o preferencial aos recursos minerais da Ucrânia — como terras raras, urânio, ferro e gás natural — em troca de apoio financeiro para a reconstrução do país devastado pela guerra com a Rússia.
Na prática, a medida transforma a devastação causada pelo conflito em uma oportunidade econômica para Washington, que consolida sua posição como sócio dominante nos rumos da economia ucraniana. A vice-primeira-ministra Yulia Svyrydenko, que assinou o acordo pelo lado ucraniano, reconheceu que os lucros obtidos com a exploração mineral deverão financiar os projetos estruturais do país, embora tenha garantido que “não haverá endividamento” com os Estados Unidos.
“O acordo prevê a criação de um fundo de reconstrução e pode também incluir novos tipos de assistência — por exemplo, sistemas de defesa aérea para a Ucrânia”, afirmou Svyrydenko também em uma publicação no X. A promessa de ajuda militar, no entanto, ainda não foi confirmada pelo governo norte-americano, e o rascunho do tratado obtido pela agência Reuters não inclui garantias concretas de segurança.
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