Von der Leyen adota tom bélico e diz que “tempo das ilusões acabou” na relação da UE com a Rússia
Presidente da Comissão Europeia pressiona bloco por mais investimentos militares e questiona dependência da proteção dos EUA
247 - A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou nesta terça-feira (12) que “o tempo das ilusões [com a Rússia] acabou” e defendeu um reforço urgente dos investimentos em defesa na União Europeia (UE). A informação foi divulgada originalmente pelo portal português Observador.
Von der Leyen argumentou que a Rússia investe mais na área militar do que a soma de todo o bloco comunitário. Também disse que a segurança europeia foi “abalada” e que, após o fim da Guerra Fria, havia a crença de que a Rússia poderia ser integrada à arquitetura econômica e de defesa da Europa. “O tempo das ilusões acabou”, declarou.
Ela ainda sugeriu que o bloco não pode mais contar integralmente com a proteção dos Estados Unidos, criticando os cortes históricos nos gastos militares. “Baixamos a nossa guarda”, itiu Von der Leyen. “Cortamos no nosso investimento em defesa, que era de cerca de 3% do PIB para menos da metade disso. Pensávamos que estávamos a viver um dividendo de paz. Na realidade, só estávamos a viver um déficit de segurança.”
Por fim, ressaltou a urgência armamentista: “Precisamos de uma defesa europeia, e precisamos dela hoje”, enfatizou. Também foi citada a nova estratégia militar do bloco, recentemente apresentada pela Comissão Europeia e discutida no Conselho Europeu, chamada de “REARMAR a Europa”, que prevê a mobilização de até 800 bilhões de euros para reequipar os exércitos do bloco.
Conjuntura geopolítico é desaforavel a União Europeia
As declarações da presidente ocorrem em um momento de incertezas para a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), principal bloco militar do ocidente. O presidente norte-americano Donald Trump sugeriu que os EUA poderiam não defender membros da aliança que não aumentassem seus gastos militares, colocando em dúvida a solidariedade da organização. "Se eles não pagarem, não vou defendê-los", afirmou Trump recentemente.
Outras figuras influentes do governo americano, como o bilionário e chefe do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) Elon Musk, também expressaram opiniões sobre a participação dos EUA na OTAN. Musk sugeriu que os EUA deveriam deixar a aliança, argumentando que "não faz sentido os EUA pagarem pela defesa da Europa".
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