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      Vencedor da eleição na Groenlândia, partido independente rejeita intenções de Trump sobre a ilha

      Partido Demokraatit conquista vitória surpreendente e reafirma que futuro do território será decidido pelos groenlandeses

      Contagem de votos durante as eleições gerais em Nuuk, na Groenlândia — Foto: Marko Djurica/Reuters (Foto: Marko Djurica/Reuters)
      Camila França avatar
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      247 -  Um partido que defende um caminho gradual para a independência da Groenlândia em relação à Dinamarca venceu inesperadamente as eleições parlamentares, em meio às declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre sua intenção de assumir o controle da ilha. A informação foi divulgada pela Associated Press (AP).

      O partido de centro-direita Demokraatit se posicionou contra a retórica de Trump, afirmando que cabe aos groenlandeses decidir o futuro do território estratégico, que possui vastas reservas de minerais raros essenciais para a produção de tecnologia, como celulares e equipamentos de energia renovável. A ilha ártica também abriga uma base aérea dos EUA e está localizada em uma região-chave para as rotas aéreas e marítimas no Atlântico Norte.

      O resultado das eleições foi interpretado como um recado direto a Trump de que a Groenlândia não está à venda. "Não queremos ser americanos. Não queremos ser dinamarqueses. Queremos ser groenlandeses. E queremos nossa própria independência no futuro. Queremos construir nosso próprio país, sem depender da esperança de Trump", declarou Jens-Friederik Nielsen, líder do Demokraatit, em entrevista à Sky News.

      Independência em pauta

      Embora a separação da Dinamarca não tenha sido oficialmente um tema da votação, a questão dominou as discussões eleitorais. Colonizada pela Dinamarca há 300 anos, a Groenlândia segue sob controle dinamarquês no que se refere às políticas externa e de defesa. Com uma população de 56 mil habitantes, majoritariamente de origem inuíte, a ilha está em um processo gradual de emancipação desde 2009.

      Dos cinco principais partidos que disputaram a eleição, quatro defendem a independência, mas divergem quanto ao momento e ao método para alcançá-la. O partido Naleraq, segundo colocado no pleito, adota uma posição mais agressiva em favor da separação imediata, enquanto o Demokraatit defende uma abordagem mais gradual e estruturada.

      "A forma como a independência será conquistada dependerá, em última instância, da decisão do Demokraatit sobre com qual partido formará uma coalizão governamental", explicou Dwayne Menezes, diretor do Polar Research and Policy Initiative.

      Vitória inesperada

      O Demokraatit obteve cerca de 30% dos votos, um avanço expressivo em relação aos 9% conquistados na última eleição, há quatro anos, segundo a Greenlandic Broadcasting Corporation (KNR TV). O Naleraq ficou com aproximadamente 25%, também crescendo significativamente em comparação aos 12% de 2021.

      A surpreendente ascensão do Demokraatit sobre partidos que governaram a Groenlândia por anos indica que os eleitores estão preocupados não apenas com a questão da independência, mas também com políticas sociais, como saúde e educação. Em meio à comemoração da vitória, Nielsen, de 33 anos, foi fotografado sorrindo e aplaudindo ao lado de correligionários. "A Groenlândia precisa se unir em um momento de grande interesse externo", afirmou à KNR TV.

      A emissora dinamarquesa DR informou que Nielsen pretende dialogar com todos os partidos para definir o futuro político da ilha.

      Reação dinamarquesa

      O ministro da Defesa da Dinamarca, Troels Lund Poulsen, parabenizou o Demokraatit e reconheceu que o novo governo da Groenlândia enfrentará "forte pressão" dos Estados Unidos sob a liderança de Trump. "Não é possível simplesmente tomar parte do Reino da Dinamarca. O futuro da Groenlândia depende do que seu povo e governo desejam", declarou Poulsen à DR.

      A primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, celebrou o pleito, chamando-o de "um dia de festa para a democracia" e reafirmou que o governo dinamarquês aguardaria os resultados das negociações para formação da coalizão.

      Unidade em tempos incertos

      O primeiro-ministro Mute Bourup Egede convocou as eleições em fevereiro, afirmando que o país precisava se manter unido em um "momento sério" sem precedentes na história da Groenlândia. Após a divulgação dos resultados, Egede agradeceu a participação dos eleitores em uma postagem no Facebook e ressaltou que as negociações para formação do novo governo já estão em curso.

      Seu partido, o Inuit Ataqatigiit (United Inuit), sofreu uma queda expressiva de votos, obtendo apenas 21% nesta eleição, contra 36% na anterior, conforme a KNR TV. Havia expectativa de que o Inuit Ataqatigiit vencesse a disputa, seguido pelo Siumut, mas os eleitores optaram por novos rumos políticos.

      O Siumut, tradicional partido da Groenlândia, ficou em quarto lugar com 14% dos votos, um resultado abaixo do esperado.

      As próximas semanas serão decisivas para a formação de alianças e a definição do rumo político da ilha, que segue no centro das disputas geopolíticas internacionais.

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