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      Vacinação global em risco: surto de doenças preveníveis cresce com cortes de financiamento internacional

      OMS, UNICEF e Gavi alertam para aumento de casos de sarampo, meningite e febre amarela, agravados por desinformação e crises humanitárias​

      Sede da OMS, em Genebra 28/01/2025 (Foto: Denis Balibouse/Reuters)
      Luis Mauro Filho avatar
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      247 - Durante a Semana Mundial da Imunização (24 a 30 de abril), a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e a Aliança Gavi emitiram um alerta sobre o retrocesso nas campanhas de vacinação global. Segundo reportagem da Reuters, o avanço de doenças como sarampo, meningite e febre amarela, antes controladas, está sendo impulsionado por cortes de financiamento, desinformação e crises humanitárias.​

      O sarampo, em particular, apresenta um ressurgimento alarmante. Em 2023, foram registrados aproximadamente 10,3 milhões de casos, um aumento de 20% em relação a 2022. Esse crescimento coincide com a queda na cobertura vacinal observada desde a pandemia de COVID-19. Nos últimos 12 meses, 138 países relataram casos de sarampo, sendo que 61 enfrentaram surtos significativos, o maior número desde 2019.​

      Na África, a meningite também preocupa. Somente nos primeiros três meses de 2025, mais de 5.500 casos suspeitos e cerca de 300 mortes foram reportados em 22 países. Em 2024, foram aproximadamente 26.000 casos e quase 1.400 mortes em 24 países. A situação é agravada pela escassez de vacinas e pela dificuldade de o a cuidados médicos em regiões remotas.​

      A febre amarela, após uma década de declínio graças a estoques globais de vacinas e programas de imunização rotineira, voltou a crescer. Em 2024, 124 casos confirmados foram registrados em 12 países africanos. Nas Américas, desde o início de 2025, 131 casos foram confirmados em quatro países, levando a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) a emitir alertas epidemiológicos.​

      Os cortes no financiamento global agravam a situação. De acordo com a OMS, quase metade dos 108 escritórios nacionais da organização, principalmente em países de baixa e média renda, enfrentam interrupções moderadas a severas em campanhas de vacinação e o a suprimentos devido à redução de doações. A vigilância de doenças também foi impactada em mais da metade desses países.​

      Além disso, o número de crianças que não receberam vacinas de rotina tem aumentado. Em 2023, estima-se que 14,5 milhões de crianças não receberam nenhuma dose de vacina, um aumento em relação aos 13,9 milhões em 2022 e 12,9 milhões em 2019. Mais da metade dessas crianças vivem em países afetados por conflitos ou instabilidade, onde o o a serviços de saúde básicos é frequentemente interrompido.​

      Iniciativas como o "The Big Catch-Up", lançada em 2023 para alcançar crianças que perderam vacinas durante a pandemia, são cruciais. Esforços conjuntos da OMS, UNICEF, Gavi e parceiros têm ajudado países a expandir o o a vacinas e fortalecer sistemas de imunização por meio da atenção primária à saúde, mesmo diante de desafios crescentes.​

      Vacinas salvam cerca de 4,2 milhões de vidas anualmente contra 14 doenças, com quase metade dessas vidas salvas na região africana. Campanhas de vacinação levaram à eliminação da meningite A no "cinturão da meningite" da África, e uma nova vacina que protege contra cinco cepas de meningite oferece esperança para uma proteção mais ampla.​

      Apesar dos desafios, houve avanços em outras áreas da imunização. Na África, que possui a maior carga de câncer cervical do mundo, a cobertura da vacina contra o HPV quase dobrou entre 2020 e 2023, ando de 21% para 40%. Além disso, a introdução de vacinas pneumocócicas conjugadas aumentou, especialmente na região do Sudeste Asiático, com introduções em países como Chade e Somália.​

      A introdução de vacinas contra a malária em quase 20 países africanos também representa um marco, estabelecendo a base para salvar meio milhão de vidas adicionais até 2035, à medida que mais países adotam as vacinas e a ampliação é acelerada como parte das ferramentas para combater a malária.​

      UNICEF, OMS e Gavi fazem um apelo urgente a pais, público e políticos para fortalecer o apoio à imunização. As agências enfatizam a necessidade de investimento contínuo em vacinas e programas de imunização e instam os países a honrar seus compromissos com a Agenda de Imunização 2030 (IA2030).​

      Como parte de sistemas integrados de atenção primária à saúde, a vacinação pode proteger contra doenças e conectar famílias a outros cuidados essenciais, como pré-natal, nutrição ou triagem de malária. A imunização é considerada um dos melhores investimentos em saúde, com um retorno de US$ 54 para cada dólar investido, proporcionando uma base para a prosperidade futura e segurança em saúde.​

      A próxima cúpula de doadores de alto nível da Gavi, marcada para 25 de junho de 2025, busca arrecadar pelo menos US$ 9 bilhões para financiar sua estratégia ambiciosa de proteger 500 milhões de crianças, salvando pelo menos 8 milhões de vidas de 2026 a 2030.​

      (Com informações da agência Africa News)

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