União Europeia lança programa de 500 milhões de euros para atrair cientistas fugindo da ofensiva de Trump contra universidades

247 - Em meio ao clima de repressão crescente nos Estados Unidos, impulsionado pela ofensiva do presidente Donald Trump contra as universidades, a Europa decidiu abrir as portas para acadêmicos que se sentem ameaçados no país. A União Europeia anunciou um pacote de 500 milhões de euros destinado a atrair cientistas de todo o mundo para suas universidades e centros de pesquisa.

Embora o programa seja oficialmente destinado a qualquer pesquisador global, diplomatas europeus confirmaram à coluna de Jamil Chade, do UOL, que a iniciativa tem como foco principal capitalizar sobre a possível fuga de cérebros do território estadunidense, devido às recentes ações do governo de Trump.

"Convocamos pesquisadores de todo o mundo a se unirem e se juntarem a nós. Se vocês amam a liberdade, venham e sejam livres. E nos ajudem a permanecer livres", afirmou Emmanuel Macron, presidente da França, durante discurso na Universidade Sorbonne, em Paris, acompanhado por Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia.

O fundo de 500 milhões de euros será direcionado às universidades para financiar pesquisas e ajudar os centros acadêmicos a cobrir os custos associados à vinda de cientistas estrangeiros.

Nos últimos três meses, a istração Trump tem intensificado uma ofensiva contra a elite intelectual americana, o que inclui a suspensão de rees financeiros para universidades, o congelamento de verbas para pesquisas e a abertura de mais de 60 investigações contra reitorias. Além disso, o governo revogou vistos de estudantes internacionais, exigiu a entrega de dados acadêmicos e, em casos extremos, prendeu pesquisadores. As justificativas para essas ações envolvem acusações de disseminação de antissemitismo nas universidades e a promoção de ideologias de esquerda.

Em um claro movimento de sedução, a campanha europeia escolheu um slogan em inglês: "Choose Europe for science" (Escolha a Europa para a ciência), que destaca as garantias de defesa da liberdade acadêmica oferecidas aos pesquisadores que decidirem buscar refúgio no continente.