União Europeia classifica tarifas de Trump como 'profundamente lamentáveis' e ameaça retaliação

247 - A Comissão Europeia (CE) reagiu com veemência neste sábado (31) à decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de dobrar a tarifa de importação sobre o aço, ando de 25% para 50%. A medida, que deve entrar em vigor em 4 de junho, foi anunciada por Trump em sua conta na plataforma Truth Social.

Segundo a agência Xinhua, a CE classificou a decisão como prejudicial à estabilidade econômica internacional. “Lamentamos profundamente o aumento anunciado”, afirmou um porta-voz da Comissão em declaração enviada por e-mail. Ele acrescentou que a medida “acrescenta mais incerteza à economia global e aumenta os custos para consumidores e empresas em ambos os lados do Atlântico”.

A União Europeia havia suspendido, em abril, suas próprias contramedidas comerciais para criar espaço para um possível acordo com Washington. Com o novo aumento tarifário, no entanto, Bruxelas sinalizou que está pronta para adotar uma postura mais dura. “A UE está preparada para impor contramedidas, inclusive em resposta ao mais recente aumento tarifário dos EUA”, declarou o porta-voz, mencionando que a Comissão está concluindo consultas sobre a ampliação de medidas de resposta.

Essas medidas retaliatórias, conforme anunciado, poderão entrar em vigor até 14 de julho — ou antes, caso a situação evolua. A escalada ocorre no contexto de tensões comerciais que remontam ao primeiro mandato de Trump, quando, em 12 de março, o governo norte-americano impôs tarifas generalizadas de 25% sobre importações de aço e alumínio. À época, a decisão provocou forte reação da indústria automobilística dos EUA e retaliações imediatas do Canadá. A União Europeia chegou a anunciar tarifas de resposta, mas posteriormente recuou em favor de negociações.

Agora, com o agravamento da disputa, a Comissão Europeia reiterou sua disposição de proteger seus interesses econômicos. “A Comissão deixou clara sua prontidão para agir em defesa dos interesses da UE — protegendo nossos trabalhadores, consumidores e indústria”, afirmou o porta-voz.