Trump apoia Hegseth após planos de ataque serem compartilhados em segundo grupo no Signal
O secretário de Defesa dos EUA teria divulgado detalhes de um ataque realizado em março contra os houthis do Iêmen
(Reuters) – O presidente Donald Trump disse nesta segunda-feira que apoia o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, após relatos de que ele compartilhou detalhes de um ataque realizado em março contra os houthis do Iêmen em um grupo no aplicativo Signal que incluía sua esposa, irmão e advogado pessoal.
As revelações de que Hegseth utilizou o sistema de mensagens não classificado Signal para compartilhar informações altamente sensíveis pela segunda vez surgem em um momento delicado para ele e para o Pentágono, onde autoridades de alto escalão foram demitidas na semana ada como parte de uma investigação sobre vazamentos internos.
"Pete está fazendo um ótimo trabalho. Todo mundo está satisfeito com ele", disse Trump. Questionado se ainda confiava em Hegseth, Trump respondeu: "Totalmente."
"Perguntem aos houthis como ele está se saindo", acrescentou Trump. O exército dos EUA, sob sua liderança, intensificou a campanha de bombardeios contra o grupo houthi, apoiado pelo Irã.
No segundo grupo, Hegseth compartilhou detalhes do ataque semelhantes aos revelados no mês ado pela revista The Atlantic, após seu editor-chefe, Jeffrey Goldberg, ter sido adicionado por engano a outro grupo no Signal, segundo a Reuters.
Esse segundo grupo incluía cerca de uma dúzia de pessoas e foi criado durante o processo de confirmação de Hegseth para discutir questões istrativas, e não planejamento militar detalhado. Entre os participantes estava o irmão de Hegseth, que atua como elo entre o Departamento de Segurança Interna e o Pentágono.
A esposa de Hegseth, Jennifer, ex-produtora da Fox News, participou de reuniões sensíveis com autoridades militares estrangeiras, conforme mostram imagens divulgadas publicamente pelo Pentágono.
Uma fonte familiarizada com o caso disse à Reuters que Hegseth já havia sido alertado para não compartilhar informações em sistemas não seguros como o Signal, antes de fazê-lo no mês ado.
O Escritório do Inspetor-Geral do Pentágono anunciou no início deste mês que está abrindo uma investigação sobre o uso do aplicativo comercial de mensagens não classificadas por Hegseth para coordenar o ataque altamente sensível de 15 de março contra os houthis.
SILÊNCIO DOS REPUBLICANOS
Falando com repórteres na Casa Branca nesta segunda-feira, Hegseth criticou a mídia e ex-funcionários.
"Conversei com o presidente e vamos continuar lutando alinhados até o fim", disse ele.
Hegseth conseguiu a aprovação no Senado por margem apertada para se tornar secretário de Defesa, após forte oposição de democratas e até alguns republicanos.
Pelo menos nove senadores democratas pediram sua renúncia desde as últimas revelações, alegando que a existência de um segundo grupo no Signal mostra que ele não está apto para o cargo.
Mas parlamentares republicanos, que controlam tanto o Senado quanto a Câmara dos Representantes, têm se mantido em grande parte em silêncio, e nenhum pediu sua saída.
Trump demitiu diversos secretários de Defesa durante seu primeiro mandato, por divergências políticas ou dúvidas sobre lealdade.
Hegseth, no entanto, é visto como totalmente alinhado a Trump. Ele enviou milhares de tropas à fronteira com o México, pressionou a Europa a investir mais em defesa e criticou políticas de diversidade nas Forças Armadas.
A revelação mais recente ocorre dias após Dan Caldwell, um dos principais conselheiros de Hegseth, ter sido escoltado para fora do Pentágono após ser identificado em uma investigação sobre vazamentos no Departamento de Defesa.
Caldwell desempenhava um papel fundamental para Hegseth e foi nomeado como ponto de contato do Pentágono pelo secretário no primeiro grupo do Signal.
"Estamos profundamente desapontados com a forma como terminou nosso serviço no Departamento de Defesa", publicou Caldwell na plataforma X no sábado. "Autoridades não identificadas do Pentágono difamaram nosso caráter com ataques infundados na nossa saída."
Após a saída de Caldwell, outros dois funcionários de menor escalão — Darin Selnick, que recentemente se tornou vice-chefe de gabinete de Hegseth, e Colin Carroll, chefe de gabinete do vice-secretário de Defesa Steve Feinberg — foram colocados em licença istrativa e demitidos na sexta-feira.
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