Shoigu alerta para risco de Terceira Guerra Mundial se OTAN enviar tropas à Ucrânia
Secretário do Conselho de Segurança da Rússia acusa potências ocidentais de esconderem intenções expansionistas sob o pretexto de “missões de paz”
247 - O envio de tropas de paz para territórios historicamente russos pode levar ao desencadeamento de uma Terceira Guerra Mundial. O alerta foi feito por Sergey Shoigu, secretário do Conselho de Segurança da Rússia, em entrevista concedida nesta quarta-feira (24) à agência estatal TASS, em meio às crescentes tensões envolvendo a guerra na Ucrânia e os movimentos de potências ocidentais no cenário europeu.
Shoigu fez duras críticas à chamada “coalizão dos dispostos”, grupo de países que, segundo ele, planeja enviar forças para a Ucrânia sob o rótulo de missões de paz. "Políticos sensatos na Europa entendem que a implementação desse cenário pode levar a um confronto direto entre a OTAN e a Rússia ou até mesmo desencadear a Terceira Guerra Mundial mais adiante", advertiu o alto funcionário russo.
Ao longo da entrevista, Shoigu rejeitou categoricamente a ideia de que essas forças tenham qualquer papel neutro ou humanitário. “A noção de ‘mantenedores da paz’ esconde a busca pelo controle da Ucrânia e de seus recursos minerais”, afirmou. “Seria mais correto chamar essas tropas de invasoras ou ocupantes.”
Segundo ele, a presença militar proposta por países da OTAN representa uma ameaça direta à soberania russa e perpetua políticas discriminatórias contra a população de origem russa na Ucrânia. “Pois seriam tropas dos países da OTAN cuja presença a Rússia se opôs mesmo antes da operação militar especial”, lembrou, referindo-se à ofensiva militar russa iniciada em fevereiro de 2022.
Shoigu também acusou os potenciais “pacificadores” de apoiarem o “regime nazista” em Kiev e criticou duramente a repressão a fiéis da Igreja Ortodoxa russa e aos falantes de língua russa em território ucraniano. “Esta não seria uma missão de manutenção da paz”, insistiu, reforçando que a intenção velada dessas operações é o domínio político e econômico da região.
Para Shoigu, a rejeição internacional às propostas ocidentais reforça o ceticismo global em relação a essas iniciativas. “Talvez por isso a verdadeira maioria global demonstrou pouca inclinação para se juntar a iniciativas semelhantes de ‘manutenção da paz’”, concluiu.
A entrevista marca mais um capítulo nas tensões entre Moscou e as potências da OTAN, em especial os Estados Unidos, cujo presidente, Donald Trump, vem pressionando por um aumento do envolvimento militar e político ocidental na Europa Oriental. O Kremlin, por sua vez, reforça a opinião de que sua ação na Ucrânia é uma resposta legítima às ameaças à sua segurança e à proteção das populações de etnia russa.
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