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      Republicanos dão sinais de impaciência com estratégia tarifária de Trump: “Isso é tolice”

      Senadores criticam recusa do governo em aceitar acordos de livre comércio e apontam riscos constitucionais nas ações unilaterais da Casa Branca

      O senador americano John Kennedy (Republicano-LA) faz perguntas em uma audiência do Comitê de Bancos, Habitação e Assuntos Urbanos do Senado, no Edifício Dirksen do Senado, em Washington, EUA, em 16 de maio de 2023 (Foto: REUTERS/Leah Millis)
      Luis Mauro Filho avatar
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      247 - Em audiência realizada nesta quarta-feira (4), o senador John Kennedy (Partido Republicano, Louisiana) protagonizou um embate direto com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, em meio às crescentes tensões internas no Partido Republicano sobre a condução da política tarifária pelo presidente Donald Trump. A reportagem foi publicada originalmente pelo site Politico.

      Kennedy questionou se o governo aceitaria um acordo comercial do tipo “zero-por-zero” com países como o Vietnã — isto é, sem tarifas nem barreiras comerciais de ambos os lados. A resposta de Lutnick foi taxativa: “Absolutamente não. Isso seria a coisa mais tola que poderíamos fazer”. Segundo ele, o Vietnã estaria servindo de via para que produtos chineses contornem as restrições comerciais impostas pelos EUA.

      A negativa gerou indignação imediata de Kennedy, um dos aliados tradicionais de Trump no Senado. “Então por que estão negociando acordos comerciais?”, disparou o senador. “Você acabou de dizer que se um país oferecesse reciprocidade total, sem tarifas e sem barreiras comerciais, você rejeitaria isso”.

      O senador também cobrou explicações sobre o desrespeito da istração ao chamado “major questions doctrine” — princípio jurídico segundo o qual o Executivo deve se submeter ao Congresso ao promover mudanças relevantes de política pública, como no caso da imposição de tarifas. A doutrina está no centro de disputas judiciais que contestam a autoridade unilateral da presidência em definir tarifas de importação, prerrogativa que a Constituição atribui ao Legislativo. O tema deve ser analisado pela Suprema Corte.

      Lutnick, no entanto, itiu desconhecer a doutrina. Fora da sala da audiência, Kennedy expressou preocupação: “Quero dizer, ele acabou de perder na Justiça, e esse foi um dos fundamentos centrais da decisão. Isso terá um impacto real na política comercial”, disse. Questionado se o debate com Lutnick havia esclarecido a estratégia tarifária do governo, Kennedy foi direto: “Não particularmente”.

      A política tarifária também foi alvo de críticas da senadora democrata Jeanne Shaheen (New Hampshire), que alertou sobre os efeitos negativos das tarifas sobre o setor aeroespacial em seu estado. Ela afirmou que uma fabricante de rolamentos para aviação viu seu prazo de entrega se ampliar drasticamente: “De 20 semanas para dois anos e meio. Isso representa um problema sério para a segurança nacional”, afirmou.

      Ao oferecer uma reunião privada para explicar o problema à senadora, Lutnick foi repreendido. “Deixe-me dizer: a empresa com a qual estou falando em New Hampshire entende perfeitamente como isso funciona — e tem um problema. Eles não precisam que você explique”, retrucou Shaheen. “Eles sabem, estão nesse setor há anos”.

      Apesar do mal-estar entre parte da bancada republicana e o governo, o senador Lindsey Graham (Carolina do Sul) manteve apoio à estratégia de Trump, dizendo que o uso de tarifas para pressionar parceiros comerciais é válido. “Faz sentido para mim. O que fizerem conosco, faremos com eles. E podemos chegar ao zero, o que seria ótimo. Mas a ideia de reagir contra quem impõe tarifas mais altas do que as nossas é lógica”, afirmou.

      As trocas de acusações no Capitólio revelam que a base republicana, embora ainda majoritariamente alinhada ao presidente Donald Trump, começa a demonstrar sinais de fadiga diante dos rumos das negociações internacionais conduzidas pela Casa Branca. Com a ameaça de aumentos tarifários generalizados a partir de julho, a insatisfação interna pode se tornar um novo campo de batalha para o presidente em seu segundo mandato.

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