Síria sinaliza disposição para paz com Israel mas exige soberania e fim de ataques, afirma parlamentar dos EUA
Presidente Ahmad al-Sharaa manifesta abertura para normalização, condicionando-a à integridade territorial e cessação de bombardeios
247 - Em entrevista exclusiva ao The Jerusalem Post, o deputado republicano Marlin Stutzman revelou que o presidente sírio Ahmad al-Sharaa demonstrou interesse em normalizar as relações com Israel, desde que determinadas condições sejam atendidas.
Durante visita a Damasco, Stutzman e o também deputado Cory Mills reuniram-se com al-Sharaa, marcando o primeiro encontro de legisladores americanos com o novo governo sírio desde a queda de Bashar al-Assad em dezembro de 2024.
Segundo Stutzman, al-Sharaa expressou abertura aos Acordos de Abraão, destacando a necessidade de negociações e ações concretas. O presidente sírio enfatizou que a integridade e soberania da Síria são inegociáveis, manifestando preocupação com a possibilidade de fragmentação territorial.
Al-Sharaa também abordou a questão dos ataques israelenses em território sírio, solicitando que sejam interrompidos, especialmente nas proximidades das Colinas de Golã. Stutzman afirmou: "Acredito sinceramente que ele está aberto ao diálogo."
A visita dos congressistas incluiu encontros com a comunidade cristã e autoridades locais, além de visitas a locais afetados por bombardeios durante o regime anterior. Stutzman observou melhorias na situação do país desde a saída de Assad, ressaltando a importância de um governo estável que não atue contra seus próprios cidadãos.
Al-Sharaa expressou interesse em transformar a Síria, focando em comércio, turismo e desenvolvimento de rotas comerciais que conectem o sul ao norte e à Europa, visando reduzir significativamente os tempos de transporte.
Para alcançar esses objetivos, o presidente sírio reconhece a necessidade de convencer a istração Trump a suspender as sanções impostas ao país. Stutzman destacou que al-Sharaa não está solicitando ajuda financeira, mas sim a remoção das sanções, o que considera uma proposta a ser considerada.
A istração americana estabeleceu condições para a suspensão das sanções, incluindo melhorias nas relações com Israel, respeito aos direitos humanos, liberdade religiosa e tratamento digno para todos os sírios. Além disso, exige que a Síria não se torne um campo de treinamento para o terrorismo ou um proxy para Irã, China ou Rússia.
Apesar do ceticismo de autoridades israelenses, como o chanceler Gideon Sa’ar, que afirmou que al-Sharaa e seu governo "eram jihadistas e continuam sendo jihadistas – mesmo que agora usem ternos", Stutzman defende o diálogo. Ele argumenta que, embora haja riscos de decepção, a falta de engajamento pode levar a Síria de volta à influência de Rússia e Irã.
Stutzman acredita que o presidente Donald Trump será o responsável por definir a política americana em relação à Síria e estabelecer os termos para seu retorno à comunidade internacional. Ele conclui que, se al-Sharaa cumprir suas promessas, a Síria poderá se tornar próspera e comparável a Istambul, mas alerta que, caso contrário, haverá consequências.
Movimentos internacionais indicam crescente aceitação do novo governo sírio
Recentes decisões de potências ocidentais sugerem uma tendência de reconhecimento e apoio ao governo de Ahmad al-Sharaa. O Reino Unido, por exemplo, suspendeu sanções contra 24 entidades sírias, incluindo o Banco Central e empresas do setor petrolífero, visando impulsionar a recuperação econômica do país após anos de conflito.
Paralelamente, os Estados Unidos anunciaram a redução de suas tropas na Síria, diminuindo de aproximadamente 2.000 para menos de 1.000 militares nos próximos meses. Essa retirada é vista como um o estratégico, refletindo confiança nas forças locais e no novo governo para conter ameaças como o Estado Islâmico.
Essas ações indicam uma reconfiguração das relações internacionais com a Síria, sinalizando uma possível aceitação do regime de al-Sharaa, apesar de suas origens ligadas ao grupo extremista Hayat Tahrir al-Sham. Especialistas alertam para os riscos de estabilização na região, caso o novo governo não cumpra compromissos relacionados aos direitos humanos e à segurança regional.
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